Tarrafal, 30 Jul (Inforpress) – A Câmara Municipal do Tarrafal realizou hoje um encontro especial com as rabidantes e comerciantes do município e prestou homenagem a um grupo desta classe para assinalar o Dia dos Rabidantes.
Esta iniciativa, segundo o presidente da câmara municipal, José dos Reis, visa reconhecer a contribuição significativa dessas profissionais para o desenvolvimento económico local e para o crescimento do país.
Segundo o autarca, a homenagem reflecte o reconhecimento pelo esforço e dedicação das rabidantes, (comerciante informal), cuja actividade tem sido fundamental no fortalecimento da economia do Tarrafal.
“Assim como outras profissões, as comerciantes rabidantes merecem um momento de reflexão e valorização pelo seu papel na sociedade”, disse o autarca, explicando que este dia está a ser comemorado desde 2022, em homenagem a uma rabidante de Chão Bom, Ina Borges, que dedicou toda a sua vida a esta actividade.
A data, conforme ressaltou José dos Reis, serve também para promover uma reflexão profunda sobre as contribuições dessas profissionais que, actualmente, contam com um número considerável de mais de 200 rabidantes no município, incluindo muitas que actuam de forma informal.
Contudo, salientou que a a emigração tem reduzido o número de actuantes nos últimos anos, inclusive entre peixeiras e pescadores.
Para fortalecer a actividade, o edil informou que o município tem trabalhado junto às instituições financeiras na implementação de linhas de crédito e financiamentos destinados às rabidantes, visando garantir a continuidade das suas actividades geradoras de rendimento.
“Queremos criar condições para que os jovens possam empreender, usar as suas capacidades criativas e contribuir para o desenvolvimento do município e do país”, afirmou José dos Reis, ressaltando que numa fase em que se vive vários desafios é preciso mostrar alternativas e permitir os jovens serem autênticos.
Em representação as rabidantes, Joana Lopes expressou a sua satisfação com a homenagem, lembrando que começou a actividade aos 16 anos e conseguiu criar e educar os seus nove filhos através da rabidância.
“Este dia é uma oportunidade para valorizar o esforço de todas as rabidantes e incentivar os jovens a não se acomodarem, mas a buscarem na actividade uma forma de ganhar o pão de cada dia”, afirmou.
Maria Alice Amarante, também rabidante aposentada, reforçou que esta actividade sustentou a sua família por mais de 40 anos, e agora as suas filhas continuam o legado. Ela aproveitou para incentivar os jovens a valorizarem actividades tradicionais e a perceberem nelas uma fonte de sustento e autonomia.
Este dia de homenagem busca reconhecer a luta e o esforço de cada rabidante, além de promover uma reflexão sobre o valor das actividades tradicionais na construção de uma sociedade mais forte e autónoma.
A “rabidância” enquanto um processo de compra e venda de produtos agrícolas, manufaturados, importados, produzidos localmente, entre outros, constituem uma prática fundamental da sociedade cabo-verdiana, que tem contribuído grandemente no processo de dinamização da economia local.
MC/JMV
Inforpress/Fim
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