Mindelo, 14 Jul (Inforpress) – A presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) considerou hoje, no Mindelo, que o mestrado em Epidemiologia de Campo para países lusófonos africanos vai permitir melhorar resposta de Cabo Verde a doenças e epidemias.
Maria da Luz Lima deu esta certeza à Inforpress ao participar do seminário de encerramento do referido mestrado que foi realizado, no Mindelo, desde o dia 09 de Julho até hoje, reunindo representantes de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe.
Tal como explicou a mesma fonte, a parte teórica do curso foi assegurada por diversos parceiros, mas a parte prática no arquipélago foi assegurada pelo INSP com investigações de surtos, avaliação da qualidade da vigilância da base de dados de doenças emergentes, no contexto da abordagem do Ministério da Saúde, incluindo a saúde humana, animal e ambiental.
Agora, ajuntou, o país conta com seis mestres que vão ajudar a fortalecer o programa já existente de Epidemiologia de Campo de Cabo Verde (EPCV) e melhorar a capacidade a nível nacional de análise de dados, modelagem futura e fazer uma intervenção mais atempada e adequada aos problemas de saúde pública que vão aparecendo.
“Porque os epidemiologistas têm de ter esse olhar atento na situação epidemiológica do país. E se há suspeita de alguma situação que possa polarizar a saúde pública, é dinamizar, investigar para depois apoiar a tomada de decisões baseadas em evidências”, justificou Maria da Luz Lima.
Daí, a garantia de continuar o apoio aos formandos para que possam manter a vigilância sobre a saúde pública.
Como coordenador do projecto FETP-CV que financiou a implementação do mestrado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), Mohsin Sidat elogiou à Inforpress o empenho das autoridades cabo-verdianas, ao contrário dos outros países do continente, onde houve sempre mudança de liderança.
“Estávamos constantemente a tentar acompanhar as mudanças. E de certo modo, não surtiu o efeito que nós queríamos, como surtiu em Cabo Verde”, sublinhou Mohsin Sidat, que destacou a “atenção muito grande e muito boa” do INSP, que acarinhou os estudantes e permitiu a sua participação em acções de saúde pública.
Então, como passos seguintes, o coordenador do projecto espera que os estudantes possam ser absorvidos pelo sistema público e dar o contributo no combate a surtos como os de dengue e covid-19 que já assolaram Cabo Verde.
“E estes surtos podem ser responsáveis de mortes que podem ser evitáveis, se nós conseguirmos detectar e intervir de forma atempada”, lembrou a mesma fonte, para quem os novos mestres estão preparados para estes desafios.
O seminário celebrou o encerramento do primeiro ciclo do curso enquadrado no projecto FETP-CV (Field Epidemiology Training Programme – Cabo Verde, sigla em inglês), iniciativa regional de capacitação em saúde pública dirigida a profissionais de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe (15 bolseiros).
O FETP-CV, iniciado em 2021, é financiado pela European & Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDCTP) e coordenado pela Universidade Nova de Lisboa (Portugal).
O consórcio conta ainda com a participação da Universidade de Cabo Verde, Universidade Eduardo Mondlane, Instituto Nacional de Saúde (Moçambique), Instituto Nacional de Saúde Pública (Cabo Verde), Fundação Manhiça, Instituto Nacional de Investigação em Saúde (Angola), Instituto Nacional de Saúde Pública da Guiné-Bissau (INASA) e University of Southern Denmark.
LN/JMV
Inforpress/Fim
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