Cidade da Praia, 05 Jul (Inforpress) – O concurso “Sabores e Raízes - Novos Talentos da Cozinha Cabo-verdiana” decorreu hoje, na cidade da Praia, reunindo jovens cozinheiros e barmen de várias ilhas num desafio que pretende valorizar a gastronomia tradicional e promover a criatividade profissional.
Integrado na 1.ª Semana Internacional da Gastronomia Cabo-verdiana, o concurso insere-se nas actividades comemorativas dos 50 anos da independência nacional, numa organização conjunta do Ministério do Turismo e Transportes, da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde (EHTCV) e da Associação de Chefs de Cabo Verde.
Em declarações à Inforpress, o presidente da Associação de Chefs de Cabo Verde, Damian Sanchez, explicou que o evento conta com nove participantes na área da cozinha, entre estudantes finalistas e jovens profissionais, e seis barmen, que vão disputar prémios através da elaboração de pratos e cocktails originais com produtos nacionais.
“Queremos trazer à luz receitas que estão a desaparecer e dar oportunidade aos jovens talentos de se destacarem. Infelizmente, em muitas zonas turísticas, os menus são quase só internacionais. Esta é uma forma de relançar pratos que são a nossa identidade e mostrar que Cabo Verde tem sabores únicos”, sublinhou.
O secretário-geral da Associação de Chefs, Carlos Morgado, explicou que esta é a terceira edição do concurso, que este ano assume uma dimensão especial por integrar a Semana Internacional da Gastronomia.
“Sempre realizámos este concurso no final de Junho, mas quisemos juntar tudo numa só celebração. São 50 anos de independência e era importante dar visibilidade aos nossos produtos e à formação de qualidade que se faz na área da cozinha e da restauração”, explicou.
Durante a competição, os concorrentes percorrem os stands de produtores locais para seleccionar ingredientes como frutas, hortícolas e mariscos, que servem de base às criações apresentadas ao júri.
No caso dos barmen, a regra é que os cocktails tenham pelo menos um ingrediente cabo-verdiano.
Para Gonçalves Gato, chef executivo e membro do júri convidado, esta é uma oportunidade para apoiar a nova geração e transmitir uma mensagem de valorização da culinária tradicional.
“A autocrítica é importante na gastronomia. Estou cá para dar orientações e ajudar os jovens a corrigir e melhorar, porque esta caminhada é longa”, referiu.
Também o chef António Rodrigues, das Canárias, destacou a qualidade da matéria-prima e a responsabilidade de manter vivas as tradições.
“É fundamental respeitar o produto, realizar estes pratos nos restaurantes e inovar com equilíbrio”, afirmou, salientando que a preservação da gastronomia cabo-verdiana passa por transmitir esse conhecimento às futuras gerações.
Segundo a organização, os prémios atribuídos aos melhores classificados incluem conjuntos profissionais de facas e equipamentos de coquetelaria, destinados a apoiar o desenvolvimento das carreiras dos participantes.
Mais do que uma competição, esta iniciativa representa uma celebração da identidade cabo-verdiana, num ano em que o país assinala 50 anos de independência.
Ao resgatar tradições, formar novos talentos e promover os produtos da terra, o evento reforça o papel da gastronomia como expressão cultural, memória colectiva e motor de desenvolvimento para as próximas gerações, considera a mesma fonte.
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Inforpress/Fim
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