ICCA diz que crianças cabo-verdianas estão numa situação “mais favorável” comparativamente às outras do continente

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ICCA diz que crianças cabo-verdianas estão numa situação “mais favorável” comparativamente às outras do continente
16/06/25 - 07:22 pm

Cidade da Praia, 16 Jun (Inforpress) – A presidente do ICCA disse hoje que as crianças cabo-verdianas estão numa situação “mais favorável” comparativamente às outras crianças africanas que vivem em situação de guerra e que não têm acesso à educação, saúde e alimentação.

Zaida Freitas, que falava à margem do acto central da comemoração do Dia da Criança Africana, assinalado hoje, frisou ainda que as crianças do arquipélago vivem numa situação “não tão complicada” em relação a crianças de outros países deste continente.

Ao presidir este evento sob o lema “Planeamento e Orçamento para os Direitos das Crianças: Progressos desde 2010”, que aconteceu na escola Nova Assembleia, em Achada Santo António, na cidade da Praia, esta responsável do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) realçou que esta actividade tem como objectivo juntar as crianças de diferentes países deste continente para terem um dia de diversão, intercâmbio, partilha e de brincadeiras.

A efeméride também serve, conforme a mesma fonte, para promover um momento de reflexão sobre as condições de vida das crianças em todo o continente africano e a necessidade de trabalhar mais para melhorar a situação das mesmas.

Segundo Zaida Freitas, apesar dos avanços “significativos” de Cabo Verde em matéria dos direitos das crianças, o país ainda tem algumas preocupações relacionadas com a irresponsabilidade parental que coloca, muitas vezes, meninos e meninas em situação de vulnerabilidade, de risco, negligência, abuso, maus-tratos e o abuso e violência sexual.

Neste sentido, destacou que é fundamental a junção de esforços de forma coordenada, articulada e concertada entre o governo, famílias, instituições, a sociedade civil e associações, que permita um futuro melhor para as crianças. 

Por seu turno, a representante residente adjunta do PNUD/UNICEF e UNFPA, Elisa Calcaterra, disse que para a UNICEF, o investimento na criança é “fundamental” para construir um futuro melhor, não apenas para a criança, mas também para a sociedade em geral.

Neste dia, assegurou que a UNICEF apelou que os líderes africanos se levantem das obrigações que têm para com as crianças, enfatizando que a educação, o cuidado, o lazer e a protecção são os direitos de cada criança.

A UNICEF destacou ainda que a educação de qualidade para as crianças requer “maior investimento” criticando que os governos ainda “não gastam o suficiente” para garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade.

Apontou que até 2055, estima-se que a África terá cerca de um bilhão de crianças e que esta dinâmica demográfica neste continente exige maior investimento nas crianças para construir um mundo melhor para o continente.

 

Elisa Calcaterra aproveitou a efeméride para reiterar o compromisso da UNICEF em apoiar as instituições nacionais para que os direitos das crianças deste país sejam realizados.

Durante este acto comemorativo, foram realizados exposição de produtos de artesanato e gastronomia africana, bem como de materiais informativos do ICCA e da Alta Autoridade para a Imigração (AAI). 

O evento contou com mensagens oficiais, expressões artísticas e culturais protagonizadas por crianças e adolescentes, incluindo música, dança, poesia e desfiles temáticos e degustação de pratos africanos.

O Dia Internacional da Criança Africana celebra-se a 16 de Junho, já que foi neste dia, em 1976, que se registou o massacre do Soweto, em Joanesburgo, na África do Sul, onde crianças foram mortas por protestarem contra a segregação racial. Essa data foi estabelecida para homenagear a luta dessas crianças africanas por seus direitos.

O objectivo do dia é chamar a atenção para a realidade de milhares de crianças africanas que todos os dias são vítimas de violência, exploração e abusos.

DG/JMV

Inforpress/Fim

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