Espargos, 08 Mai (Inforpress) – O director Nacional da Polícia Judiciária (PJ) afirmou hoje que este órgão, ao longo dos seus 32 anos, tem vindo a enfrentar desafios multiformes com a “segurança inabalável” como pilar fundamental.
A afirmação foi feita por Manuel Da Lomba, durante a conferência comemorativa realizada hoje na ilha Sal, destacando o “trabalho árduo” de todos os seus profissionais, celebrando o 32º aniversário, sob o lema “Polícia Judiciária, 32 anos na prevenção e combate ao crime por uma sociedade justa e segura”.
No seu discurso, Da Lomba destacou o significado da data, mas rapidamente direcionou o foco para o presente e o futuro da instituição, afirmando que é um momento de “grande satisfação” e, ao mesmo tempo, de responsabilidade, fazer parte desta instituição, num momento em que são confrontados com vários desafios onde a “pedra de toque” é a segurança".
Manuel Da Lomba sublinhou que, apesar do marco histórico, a PJ não pode se acomodar, dada a crescente complexidade da criminalidade.
A menção a "desafios de várias ordens" sugere uma consciência da diversidade das ameaças à segurança, que vão desde o cibercrime e o tráfico de drogas, temas centrais da conferência, até outras formas de criminalidade organizada e transnacional.
“O nosso foco é a justiça e a segurança, o que só se consegue com um forte trabalho na prevenção e numa investigação eficiente e eficaz, combatendo os crimes, principalmente o tráfico de drogas, que como sabem é a causa primária de vários outros crimes, como lavagem de capitais, corrupção, homicídios encomendados e contra o património”, explicou.
A mesma fonte adiantou que, se por um lado, o Estado tem o dever de defender a segurança para todos e a cada um dos cidadãos, através das diversas instituições com competência de levar a cabo onde a Polícia Judiciária tem um papel importante na prevenção e combate ao crime.
Por outro lado, prosseguiu, a responsabilidade é transversal e comunitária, ou seja, a responsabilidade é de todos e de cada um, começando pela mudança de mentalidades e de comportamentos em relação à justiça e à segurança.
“A Polícia Judiciária é uma instituição de homens e mulheres que sentem, que sofrem e que mais do que muitos querem uma sociedade mais justa, por isso queremos contar com esta sociedade que critica, que reclama, que almeja uma sociedade melhor, mas com respeito que gostaria de ser tratada”, frisou.
Para o responsável, o curso de combater a criminalidade “custa o que custar, doa a quem doer”, independentemente das várias relações que possam existir e dos interesses subjacentes, só será possível com “fortes investimentos” a todos os níveis, com a noção clara de que uma “boa justiça carece de uma boa investigação” e aqui, sem a Polícia Judiciária deverá estar na linha de frente.
Por sua vez, o diretor do Departamento de Investigação Criminal do Sal, Adérito Moreno, explicou a escolha dos temas da conferência, as perspectivas de combate ao cibercrime e à mutilação sexual.
Em relação ao cibercrime, Moreno apontou para o aumento de denúncias e processos relacionados a crimes como acesso ilícito, pornografia de vivência e burlas informáticas.
Sobre a mutilação genital, o director revelou a existência de evidências da prática em Cabo Verde, particularmente na ilha do Sal, sendo este um tema relativamente novo e desconhecido no arquipélago, mas também “muito sensível”, precisamente porque envolve crianças.
Adérito Moreno expressou o seu agradecimento aos oradores e moderadores por aceitarem o desafio de partilhar a sua experiência e conhecimento, esperando que as discussões tragam importantes pistas para a compreensão e prevenção destes fenómenos criminais.
Com esta conferência, a Polícia Judiciária reafirma o seu compromisso com a prevenção e o combate ao crime, buscando fortalecer a segurança e a justiça para toda a sociedade cabo-verdiana.
NA/JMV
Inforpress/fim
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