
Assomada, 04 Out (Inforpress) – As Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde pretendem reformular e reajustar os seus programas às necessidades do país e de crianças para continuar a transformar as vidas dos que mais precisam, anunciou hoje o seu director, Ricardo Andrade.
“Estamos a reformular e a reajustar os nossos programas consoante as necessidades reais do país e das crianças, e em programas cada vez mais de qualidade para podermos responder e termos crianças, que são futuros de amanhã, pessoas bem orientadas, constituídas, cooperando e dando a sua contribuição para o país”, concretizou o novo director nacional das Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde.
Ricardo Andrade, que sucede Dionísio Pereira, que esteve no cargo por quase 30 anos, falava à Inforpress, à margem das actividades comemorativas dos 40 anos das Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde, assinalados hoje, tendo observado que para pôr em prática estes “novos programas” vão precisar de financiamento.
É que, segundo o responsável, a sustentabilidade continua a ser um dos grandes desafios dessa organização não-governamental (ONG) que ao longo do seu percurso tem protegido e transformado vidas de crianças e famílias cabo-verdianas.
“Cerca de 85 por cento (%) do nosso orçamento advém dos nossos parceiros internacionais, que, com a elevação de Cabo Verde ao país de rendimento médio, entendem que existem outras paragens com maiores necessidades e que temos que encontrar meios internos para financiamento dos programas”, referiu.
Para fazer face à diminuição do financiamento internacional, Ricardo Andrade lembrou que lançaram o programa de madrinhas e padrinhos, e têm feito vários protocolos e cooperações com entidades públicas e privadas, e ainda com o Governo.
Entretanto, admitiu que a instituição que dirige tem que “acelerar os passos”, daí pediu maior engajamento da sociedade civil, das instituições e do Governo para que possam continuar a dar respostas aos que mais precisam.
“No limite, esta missão e responsabilidade são do Estado, e nós somos apenas uma mão amiga que ajuda o Estado a mitigar estes problemas”, esclareceu.
Sobre o percurso das Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde, cuja abertura deu-se em Outubro de 1984, em Assomada, Santa Catarina, Ricardo Andrade, que não tem dúvidas de que Cabo Verde sem esta ONG seria diferente, notou que não obstante a questão da sustentabilidade, os ganhos foram inúmeros.
Nesse sentido, revelou que ao longo dos 40 anos passaram mais de 500 crianças pelas aldeias, das quais 70% levam vidas normais, com famílias constituídas, inseridas na sociedade e cooperando para a economia cabo-verdiana.
Acrescentou ainda que a instituição já assistiu mais de 2.000 crianças nas comunidades e mais de 600 famílias.
Por tudo isso, questionou o que seria de Cabo Verde sem as Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde.
A celebração dos 40 anos foi marcada por uma cerimónia de reinserção de dois jovens, que saem do lar juvenil para o mundo de trabalho e de estudo, ou seja, para as suas famílias, e de seis jovens que saem dos lares familiares para lar juvenil, onde vão ter uma vida semi-independentes.
Da agenda constou ainda uma alvorada para “acordar Assomada” e anunciar o arranque das actividades comemorativas, reinauguração da Rua Hermann Gmeiner, nas imediações da Igreja Nazarena, e uma homenagem aos colaboradores da Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde com mais de 15 anos de serviço, seguido de um almoço de convívio, na Aldeia SOS de Assomada.
As actividades comemorativas terão o seu pico com uma tarde cultural, aprazada para as 16:00, na Praça Central de Assomada, com actuações previstas de artistas como Manu Reis, Hélio Batalha, Sidú, Zul Alves, Tikai, PCC, Sílvio Brito, Nataniel Simas, Amílcar Semedo, Zé Rui de Pina, Bob Mascarenhas, Pity Gaita, Kelton & Sandro e Afrookids, entre outros.
FM/CP
Inforpress/Fim
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