Mindelo, 10 Jul (Inforpress) - O pró-reitor para Avaliação, Comunicação e Eficiência da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) disse hoje que quer que o problema da falta de esgoto na Faculdade de Educação e Desporto em São Vicente seja analisado no Conselho de Ministros.
João Almeida Medina, que falava em conferência de imprensa, disse que pretende que as autoridades públicas tomem uma posição.
“Vamos solicitar ao ministro que leve a questão ao Conselho do Ministro, porque, como já se referiu aqui, é um problema de saúde pública, não é um problema da universidade. É um problema que temos que resolver e as autoridades públicas, de acordo com a lei de 2020, têm essa responsabilidade de o resolver”, afirmou.
Segundo o pró-reitor, a universidade sempre procurou resolver através do diálogo com a Câmara Municipal de São Vicente o problema das águas negras que emergem da cave do ex-Cortiço.
“Porque nunca a autarquia autorizou que se canalizasse essa água para a rede pública”, vincou.
Inclusive, clarificou, tiveram a preocupação, de trazer o director do Serviço de Património da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), que é engenheiro e especialista nessa área, que fez um plano hidrossanitário que lhes pudesse servir de suporte.
E desde a primeira hora todas essas informações foram repassadas à Câmara Municipal de São Vicente, segundo a mesma fonte.
Para João Almeida Medina, “não bastasse a falta de diálogo estão a vilipendiar a Universidade de Cabo Verde”, lembrando que “a lei estabelece que as instituições de ensino viradas para a saúde e para a investigação têm um papel na promoção da saúde pública”.
Pelo que disse esperar que a câmara “cumpra o seu papel”, autorizando o corte de quatro metros de asfalto a uma dimensão de 50 a 60 centímetros para a ligação.
“Não estamos em nenhuma desobediência civil. Estamos no desespero para resolver um problema de saúde pública no qual a câmara está necessariamente implicada, porque a lei assim o diz”, sustentou, acrescentando que a lei 75/IX, de 02 de Março de 2020, indica no artigo 17 qual é o papel da câmara municipal.
“Um dos papéis fundamentais é construir ou agir para a saúde e a saúde, como a própria lei define, não é ausência da doença, mas é ter o bem-estar das pessoas em primeiro lugar, saúde física, mental de uma forma geral”, citou ainda.
A mesma fonte lembrou que a situação tem afectado mais de 600 pessoas que frequentam a Faculdade de Educação e Desporto, inclusive do curso de enfermagem, que têm feito um “trabalho interessante” na promoção da saúde pública em Cabo Verde, e da Faculdade de Educação, que tem um papel “pedagógico e fundamental” na formação professor ao longo da história.
Sobre a coima de mil contos aplicada pela autarquia à Faed, o pró-reitor informou que a mesma está em fase de analise pelo departamento jurídico da universidade.
Por seu lado, o vice-presidente da Faed, Albertino Martins, considerou que o problema das águas negras na cave do ex-Cortiço vem desde o ano passado.
Mas que apenas há cerca de um mês é que tiveram a confirmação da empresa que fiscalizou a construção do novo edifício da Faed, através da engenheira Marlice Gomes, que a câmara de São Vicente negou conceder a autorização à ligação à rede pública de esgotos.
Segundo a mesma fonte, o vereador de Saneamento disse que a abertura do asfalto para fazer a ligação à rede pública de esgoto é do domínio específico do presidente da câmara de São Vicente, Augusto Neves.
“O argumento que nós temos ouvido, através do vereador de Saneamento é que o presidente não está disposto a abrir o asfalto nesta avenida”, sintetizou.
CD/AA
Inforpress/Fim
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