Lisboa, 07 Ago (Inforpress) – O escritor José Luís Hopffer Almada colocou no mercado em finais de Julho mais uma obra literária, “Exalações”, que reúne sete livros de poemas de Nzé Di Sant'y Ago, um dos nomes literário do autor.
A obra, de título completo “Exalações Asseverações Ressumações e (re) Verberações da Terra e dos Tempos da Humidade e da Provação”, editada pela Imprensa Nacional – Casa da Moeda de Portugal, segundo o autor, que falava à Inforpress hoje, em Lisboa, é uma homenagem ao povo cabo-verdiano e também aos 50 anos da independência de Cabo Verde.
O primeiro livro “Sexta Assomada Nocturna (A infância e mitos revisitados)”, conforme explicou é a sexta versão de “Assomada Nocturna”, um livrinho de 33 páginas, e fala sobre sua infância e dos seus colegas em Assomada e nos seus arredores, e tudo que se implique da reencenação da infância, dos mitos, das brincadeiras e dos parentescos.
O segundo “Terra-longe/diásporas (Todas as moradas da saudade)” é reservado a toda a temática da emigração cabo-verdiana, a partir do olhar da sua infância em Assomada.
O terceiro debruça-se sobre a ilha de São Vicente e as ilhas circundantes, daí o título “Reformulações mindelenses (Sanvicentinas)”.
No quarto intitulado “Revisitações dos tempos do tempo e das casas do saber e da erudição”, o autor narra a história das elites e iletrados cabo-verdianos desde a Cidade Velha passando por século XIX, os grandes médicos e escritores até a independência de Cabo Verde em 1975.
O quinto livro “Epítome para as revisitações dos tempos da provação e da disseminação continental e diaspórica da pátria africana do meio do mar ou pelejas das premonições e das saudades futuras da Nação crioula soberana” é um poema sobre a luta da libertação nacional, sobre Amílcar Cabral, sobre a luta armada na Guiné-Bissau e a luta clandestina em Cabo Verde e presos políticos.
Por sua vez, no penúltimo “Praianas (Revisitações do tempo e da saudade)”, o crítico literário, natural de Santa Catarina (Santiago), que estudou na Cidade da Praia conta a história da capital cabo-verdiana sempre em conexão com a Cidade Velha.
O último livro “(Es) Pasmos da dor de liberdade e da desesperança (Ou reencenações da maturidade dos heróis e dos tempos reinventados)” aborda a luta política clandestina em Cabo Verde, a maturação política da sua geração e as que a precedeu e termina com a libertação dos presos políticos do Campo de Concentração do Tarrafal.
“Quer dizer que este livro conta a história do povo de Cabo Verde, das ilhas e diásporas, em todas as suas vertentes até durante a época colonial. Portanto, não se debruça sobre a independência [de Cabo Verde]”, explicou o poeta, que completa 65 anos a 09 de Dezembro próximo.
“Este é um poema heroico, no sentido de falar do povo de Cabo Verde, da sua formação, das suas vicissitudes, das suas resiliências, das secas, das fomes e das desgraças”, acrescentou.
José Luís Hopffer Almada, natural de Santiago, é jurista, ensaísta e poeta, tendo sido analista e comentador residente do “Debate Africando” da RDP-África durante mais de 20 anos.
FM/AA
Inforpress/Fim
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