Ribeira Brava, 25 Ago (Inforpress) – A equipa de João Baptista, tetracampeão regional de andebol de São Nicolau, em sénior masculino, denunciou hoje aquilo que considera “discriminação e tratamento desigual”, ao longo dos anos, por parte da Federação Cabo-verdiana de Andebol (FCA).
Em nota enviada à Inforpress, a direcção da equipa começa por detalhar uma série de problemas, a começar pela organização da viagem da sua equipa masculina para participar do campeonato nacional 2025, na cidade da Praia.
Segundo a equipa, a FCA exige que a equipa viaje de barco a 27 de Agosto para a cidade da Praia, onde a competição só começa a 1 de Setembro, o que acarreta à equipa ficar muitos dias fora e que traduzem em “custos insuportáveis para a realidade económica da equipa”.
A nota realça ainda que apesar da equipa ter conquistado o título de Campeão Regional de São Nicolau por quatro anos consecutivos, nunca recebeu qualquer prémio monetário pela sua performance, realçando que o único apoio financeiro que por vezes recebem vem de algumas pessoas e da Câmara Municipal do Tarrafal que, esta época, ainda não disponibilizou qualquer ajuda.
Segundo o documento, a situação da equipa feminina, que ficou de fora do campeonato nacional sénior feminino, é ainda “mais grave”, tendo em conta que a federação propôs uma viagem de barco “extremamente desgastante” (São Nicolau–Sal, Sal–Boavista e Boavista–Santiago), com várias escalas, e que as constantes mudanças nas datas de início da competição tornaram a participação impossível.
O clube de João Baptista afirmou que tem vindo a pedir à FCA que garanta as mesmas condições de transporte e tratamento que concede a outras equipas.
No entanto realça, que o histórico mostra que as equipas de São Nicolau são “alvo de discriminação”, sempre em desvantagem no acesso a transporte e outros recursos, apesar dos “milhares de contos investidos pelo Governo no andebol nacional”.
“O que assistimos no campeonato nacional feminino é reflexo directo dessa desigualdade: jogos com resultados desproporcionais e um evidente desfasamento competitivo, consequência da má gestão da Federação no que toca a oferecer condições, oportunidades e meios às equipas de todas as ilhas” lê-se na nota.
A equipa reiterou que não se opõe a viajar de barco, mas que exige o mesmo tratamento e as mesmas condições de viagem concedidas às restantes equipas do país.
Por isso, garante que perante este cenário, a equipa masculina encontra-se ainda a avaliar se vale a pena participar no campeonato sob as condições actuais, que consideram “profundamente injustas e desiguais”.
WM/HF
Inforpress/Fim
Partilhar