Santo Antão: Estrada de Figueiral continua em ruínas após cheias e moradores exigem intervenção urgente

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Santo Antão: Estrada de Figueiral continua em ruínas após cheias e moradores exigem intervenção urgente
06/10/25 - 02:36 pm

Ribeira Grande, 06 Out (Inforpress) – Moradores, condutores e comerciantes de Figueiral, Ribeira Grande, denunciaram hoje que o troço da estrada de Boca de Figueiral continua intransitável após as últimas chuvas, obrigando-os a utilizar a estrada de João Afonso, igualmente em mau estado.

A via, que atravessa o leito de uma ribeira, ficou completamente coberta de pedras e buracos após as enxurradas, impedindo a circulação automóvel.

Com isso, quem precisa deslocar-se entre Figueiral até Coculi é obrigado a recorrer à estrada de João Afonso que, segundo os moradores, também se encontra em “péssimas condições”.

O proprietário do transporte Dongo, Albertino Dongo, descreveu a situação como “caricata”.

“A via de João Afonso não apresenta condições favoráveis para conduzirmos em segurança, porque está cheia de mato. Quando dois carros se cruzam, somos obrigados a recuar mais de cem metros para ceder passagem”, explicou.

Albertino Dongo explicou ainda que, desde as cheias, a estrada de Figueiral, via Coculi, ficou praticamente destruída e sem qualquer reabilitação.

“Há mais de 15 dias que a água secou naquela zona e até agora nada foi feito. Neste momento, só as pessoas conseguem passar a pé, e mesmo assim com dificuldade”, afirmou.

O empresário recordou que o percurso que antes demorava cerca de dez minutos passou a levar quase 25 minutos.

“Agora temos de ir por João Afonso, Boca de João Afonso, Fajã de Matos e Curral até chegar a Coculi. São mais gastos, mais tempo e muito risco, especialmente quando o carro vai carregado. Há subidas tão inclinadas que temos de recuar para tentar subir de novo”, explicou.

Segundo o mesmo, os moradores estão “num impasse”, e apelam à rápida intervenção das autoridades competentes.

“Pagamos os nossos impostos todos os dias. Só pedimos que façam o mínimo, garantir que as estradas estejam transitáveis”, sublinhou.

Também o condutor João Marco considerou a situação “inaceitável”, lembrando que se trata de apenas cerca de 600 metros de ribeira.

“Não se justifica que estejamos há mais de 15 dias à espera de uma solução para um troço tão pequeno”, criticou.

O agricultor Sténio Delgado, que costuma exportar produtos agrícolas para São Vicente, afirmou que os custos de transporte aumentaram consideravelmente.

“Além do tempo que se perde a dar a volta por João Afonso, há o risco de perder a mercadoria. Isto afecta todos, agricultores, comerciantes e passageiros”, referiu, apelando igualmente à resolução urgente do problema.

Sténio Delgado disse ainda que enquanto aguardam pela intervenção das autoridades, os moradores de Figueiral continuam a enfrentar, diariamente, as dificuldades causadas por uma estrada que “foi esquecida no meio da ribeira”.

Contactado pela Inforpress, o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, Armindo Luz, explicou que a estrada que liga Figueiral a Coculi é uma via nacional, estando a sua responsabilidade a cargo da empresa Spencer Construções.

“Estou em contacto com eles e, neste momento, estão a realizar algumas intervenções nas estradas do concelho do Porto Novo, que ficaram bastante danificadas. No entanto, a informação que me foi transmitida é que só no próximo fim de semana conseguirão mobilizar as máquinas para iniciar os trabalhos na via que liga Figueiral a Coculi”, salientou.

O autarca adiantou ainda que a edilidade conseguiu mobilizar uma máquina para, na terça-feira, dia 07, iniciar a limpeza e a reabilitação do piso.

“Não se pode esperar mais uma semana. Entendo claramente a indignação dos moradores de Figueiral”, enfatizou.

LFS/HF

Inforpress/Fim

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