Reitor da Uni-CV defende que investimento no capital humano é importante para mudança de abordagem em África

Cidade da Praia, 27 Set (Inforpress) – O reitor da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), José Arlindo Barreto, defendeu esta sexta-feira, 26, que o foco no investimento no capital humano é importante para a mudança de abordagem em África.

José Arlindo Barreto fez estas considerações à margem do encerramento da 6.ª Conferência Bienal da African Studies Association of Africa – ASAA 2025, para reforçar, projectar soluções e construir narrativas de esperança para a população no continente, organizada pela Uni-CV, sob o lema “Respostas Africanas para as Vulnerabilidades Globais: Construindo Esperança para o Futuro”, que decorreu nos dias 24 a 26 do corrente mês, na Praia.

Para o reitor, em todos os países africanos há, actualmente, um "grande esforço" no investimento no capital humano e que Cabo Verde é um exemplo disso.

Sublinhou, neste particular, que não é só ter investimento no capital humano, mas é preciso que este investimento, que se faz no capital humano, retorne e que seja aplicada em África.

“Muitas pessoas em quem depositamos financiamentos para formação, ficam por exemplo na Europa, Estados Unidos e outras paragens e muitas vezes correm a tentação de não voltar para a África depois do investimento recebido”, frisou, considerando que isso é um aspecto que tem de ser levado em conta.

Destacou também a importância do conhecimento como um activo estratégico para este continente.

Por outro lado, referiu que a África tem financiado mais de 75% do seu desenvolvimento de forma independente, mas que as narrativas globais ainda a retratam como dependente.

“Penso que isto é um ponto marcante que tem a ver com a questão da confiança que as entidades estrangeiras depositam em nós. Nem tudo o que é feito é visto de acordo com o que a África vale”, rematou.

Daí ter destacado a importância deste evento para se reflectir e pensar juntos sobre este continente, no sentido de tentar colmatar esses desafios que ainda a África enfrenta, sublinhando que a credibilidade deste continente deve ser “pensada e trabalhada de forma profunda”.

O reitor da Universidade de Cabo Verde elogiou este evento, dizendo que foi algo “rico e importante” para esta universidade. E agradeceu a todos os participantes, especialmente especialistas africanos de diferentes áreas que vieram participar nesta conferência que assinala, também, o 50.º aniversário da Independência Nacional e o Centenário de Amílcar Cabral.

DG/HF