Ministro enaltece investimentos e pede formalização para fortalecer batuque em Cabo Verde (c/vídeo)

Inicio | Cultura
Ministro enaltece investimentos e pede formalização para fortalecer batuque em Cabo Verde (c/vídeo)
10/11/25 - 04:00 am

Cidade da Praia, 10 Nov (Inforpress) – O ministro da Cultura, Augusto Veiga, afirmou que o Governo tem reforçado o apoio ao batuque e defendeu a formalização dos grupos para ampliar o acesso a financiamentos e garantir a continuidade desta expressão tradicional.

Augusto Veiga considerou que o Governo tem dado passos concretos para valorizar e dinamizar o batuque em Cabo Verde, que vão desde apoios financeiros inéditos até acções de promoção, formação e preservação histórica.

Segundo afirmou à Inforpress, o “batuque é um estilo musical que é único de Cabo Verde” e deve ser colocado no lugar de destaque que merece, tanto no país como na diáspora.

O governante recordou que, pela primeira vez, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas lançou um edital exclusivamente dedicado ao batuque, no valor de “três mil contos”, permitindo a participação de, até, 30 grupos.

Cada um pôde concorrer com projectos avaliados em, até, 100 contos para produzir videoclipes, gravar músicas, adquirir fardamento ou instrumentos tradicionais como a “txabeta”.

“Foi o primeiro passo de um processo de valorização, dando condições aos grupos para promoverem o seu trabalho”, afirmou.

Outro marco referenciado foi o regresso da “Grande Roda de Batuque” realizada em parceria com a Câmara Municipal de Santa Cruz e que reuniu mais de 300 batucadeiras num único dia, em homenagem ao centenário de Nha Inácia Gomes, figura histórica da finason.

“Foi um dia muito positivo para o batuque, com grande visibilidade para o estilo musical cabo-verdiano”, pontuou o ministro.

Veiga acrescentou que o Governo tem financiado diversos festivais em várias ilhas, sobretudo no âmbito do Dia Nacional do Batuque (31 de Julho) e que apoia grupos, tanto por meio de editais, quanto através de financiamentos directos, incluindo viagens nacionais e internacionais para ampliar a divulgação da tradição.

Para o ministro, o batuque, apesar de ter raízes africanas, tornou-se um estilo “único de Cabo Verde e único no mundo”, razão porque o Governo pretende continuar a trabalhar com produtores e grupos, mas exige maior organização.

“O que pedimos é que os grupos se formalizem, muitos estão informais e isso impede o acesso ao financiamento público. Formalizar é ter mais força cultural e capacidade de reivindicar mais meios”, esclareceu.

Augusto Veiga reforçou ainda que o batuque praticado na diáspora tem grande importância na preservação e promoção da cultura cabo-verdiana no exterior, pelo que associações culturais fora do país também são apoiadas.

O ministro observou que o batuque, tradicionalmente ligado às mulheres, hoje atrai cada vez mais homens e crianças, algo que considera essencial para garantir o futuro do estilo.

“Ver grupos de crianças actuando, como no Dia Nacional da Cultura, mostra que a tradição está viva e com futuro garantido”, disse.

O ministro realçou ainda o trabalho desenvolvido ao longo de três anos em parceria com o Instituto do Património Cultural (IPC), que resultou na preservação e reintrodução da Cimboa, instrumento tradicional historicamente ligado ao batuque.

Segundo Augusto Veiga, o músico Gil Moreira é hoje um dos exemplos mais claros de como a Cimboa pode regressar aos palcos do batuque, demonstrando na prática a viabilidade da sua integração.

Com o instrumento agora preservado, o Ministério quer incentivar cada vez mais grupos de batuque a adoptá-lo, promovendo formação e criando condições para que novos tocadores possam surgir.

A integração da Cimboa, sublinhou Veiga, representa “uma mais-valia para a nossa cultura”, pois evita que o instrumento desapareça e acrescenta novas “valências ao batuque”, recuperando elementos da sua identidade de há mais de 50 anos.

CG/SR//HF

Inforpress/Fim

Partilhar