São Filipe, 04 Set (Inforpress) - A Associação dos Municípios do Fogo e Brava anunciou que “estão a ser dados passos concretos” para a criação da empresa intermunicipal de transporte marítimo para melhorar a conectividade entre as duas ilhas.
Em declarações à Inforpress, o presidente do conselho directivo da Associação dos Municípios do Fogo e Brava (AMFB), Nuías Silva, disse que “após um período de compasso de espera”, motivado pelo estado de calamidade decretado em São Vicente, onde está sediada a empresa que presta o apoio técnico ao projecto, o processo foi retomado.
A expectativa, segundo o mesmo, é que até o final de Setembro seja concluído o estudo de viabilidade económico-financeira da empresa intermunicipal de transporte, bem como a identificação do tipo de embarcação adequada.
“Já retomamos o processo e acreditamos que dentro de um mês teremos o estudo de viabilidade concluído, assim como todas as etapas necessárias para avançar para a criação da empresa e mobilização do fundo de investimento”, afirmou Nuías Silva.
O modelo de embarcação previsto e identificado é um navio do tipo ROPAX (roll-on/roll-off), com capacidade para 150 a 200 passageiros, além de espaço para transporte de viaturas e contentores.
O navio terá calado adequado para garantir segurança e conforto nas travessias entre o Fogo e a Brava, um factor essencial para a fiabilidade do serviço, declarou o presidente do conselho directivo da AMFB.
A meta é que a empresa esteja legalmente criada até o final do ano, com os projectos aprovados nas assembleias municipais de cada concelho envolvido, que deverão autorizar a subscrição do capital social da nova empresa.
O financiamento do projeto será feito através de um fundo fiduciário, envolvendo as câmaras municipais, empresários locais e a diáspora bravense e foguense.
A iniciativa já conta com sinais positivos de apoio por parte de empresários na cidade da Praia e emigrantes, nomeadamente nos Estados Unidos da América, onde o presidente da Câmara Municipal da ilha Brava apresentou recentemente o projecto à comunidade bravense, durante a sua visita.
“A reação da diáspora tem sido muito encorajadora. Já temos empresários na Praia e emigrantes nos EUA que mostraram interesse em apoiar financeiramente a criação da empresa e a aquisição do navio”, sublinhou Nuías Silva.
Além do estudo de viabilidade, estão em curso os trabalhos relacionados com o processo de licenciamento da operação marítima, o qual deverá ser discutido com o Governo, segundo Nuías Silva, visando a obtenção da licença.
A proposta deverá ser formalmente apresentada ao Governo e à comunidade assim que for concluído o estudo da viabilidade o que irá marcar o início de uma nova etapa rumo à autonomia regional em matéria de transportes marítimos, numa altura em que as ligações inter-ilhas enfrentam sérias limitações.
JR/AA
Inforpress/Fim
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