Calheta, 22 Set (Inforpress) – Os agricultores de Cutelo Gomes, no concelho de São Miguel, mostraram-se hoje confiantes num bom ano agrícola, embora manifestem preocupações com a escassez de mão-de-obra devido à emigração, e o ataque da praga de lagarta-de-cartucho.
A agricultura continua a ser uma das principais fontes de rendimento e sustento das famílias desta zona do interior de São Miguel. Contudo, segundo os produtores, os desafios para manter a produção são cada vez maiores.
Em declarações à Inforpress, o agricultor José Semedo explicou que a saída de muitos jovens para a emigração e o regresso às aulas deixaram a comunidade “sem braços para trabalhar a terra”.
“Aqui já não temos pessoas para a monda. Quem ficou são, na maior parte, muito novos, e cobram valores mais altos. Um meio-dia de trabalho já custa 1.000 escudos, e um dia inteiro chega a 2.000 escudos, o que é pesado para nós”, disse.
Por sua vez, Marcelina Furtado destacou que, apesar de a chuva estar a ser considerada satisfatória, o problema maior está nas pragas que já começam a surgir.
“Estamos animados porque o campo está bonito, mas os bichos já começaram a atacar a cabeça dos milhos. Esta praga come o milho e pode comprometer a colheita. Se não houver ajuda e apoio com produtos adequados, podemos perder muito daquilo que já conseguimos plantar”, lamentou.
Também o agricultor Nando da Cruz pediu uma atenção redobrada das autoridades locais e nacionais para com os produtores desta região, lembrando que a agricultura é essencial para a sobrevivência de muitas famílias.
Apesar dos constrangimentos, os agricultores de Cutelo Gomes reconhecem que a presente campanha agrícola começou sob sinais animadores, graças às primeiras chuvas que chegaram de forma regular.
Acrescentaram ainda que, caso venham mais chuvas, este ano agrícola poderá ser mais produtivo do que o ano passado.
DV/MC/JMV
Inforpress/Fim
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