
Cidade da Praia, 28 Out (Inforpress) – A coordenadora das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela, referiu hoje, na cidade da Praia, que o projecto Simetria Urbana reforça a cooperação Cabo Verde/Brasil em habitação social e desenvolvimento urbano sustentável.
“Esse projecto já vem sendo implementado há alguns meses e constitui uma grande troca de experiências entre o Brasil e Cabo Verde, sobretudo no domínio da habitação social e da gestão dos condomínios”, afirmou Patrícia Portela, à margem do 1.º Seminário de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social (ATHIS), integrado na programação do Outubro Urbano 2025.
Segundo explicou, trata-se de uma “cooperação técnica de muito aprendizado”, envolvendo ordens profissionais de arquitectura, urbanismo e engenharia, além das universidades dos dois países, sob a liderança do Ministério das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH) e com o apoio técnico da ONU-Habitat.
“É uma parceria trilateral entre Brasil, Cabo Verde e a ONU-Habitat para melhorar a infra-estrutura habitacional, aprendendo com as boas práticas brasileiras e partilhando, também, a experiência cabo-verdiana em construções resilientes”, acrescentou.
A coordenadora realçou ainda que o projecto reforça o compromisso com a criação de cidades mais sustentáveis e inclusivas.
“O mundo está cada vez mais urbano e as cidades sofrem com o impacto das mudanças climáticas. Pensar habitações resilientes é essencial. Aqui, o importante é o engajamento das comunidades, que tipo de habitação eu quero para minha família e minha comunidade, de acordo com o contexto local”, salientou.
Por sua vez, o ministro das Infra-estruturas, Victor Coutinho, classificou o Simetria Urbana como uma “experiência extraordinária”, envolvendo quatro câmaras municipais, universidades e organizações da sociedade civil, no estudo e planeamento do fenómeno habitacional e urbano em Cabo Verde.
“Um dos produtos mais relevantes será o Plano Nacional de Habitação e os Planos Municipais de Habitação, que vão definir as políticas habitacionais a nível nacional e local”, anunciou.
O governante salientou que o país enfrenta o desafio de actualizar o perfil habitacional nacional, em cooperação com o Brasil, para identificar o défice habitacional, tanto em qualidade como em quantidade.
“Os dados que temos são de 2019. De lá para cá, muita coisa mudou. Precisamos conhecer a realidade actual, porque o fenómeno da habitação também se alterou”, explicou.
Coutinho defendeu ainda a necessidade de fortalecer a resiliência das comunidades diante dos fenómenos climáticos extremos.
“Temos de construir comunidades resilientes, não só em infra-estruturas, mas também em mentalidade. Cada cidadão deve ter consciência dos riscos e evitar construções em zonas proibidas”, advertiu.
KA/SR//HF
Inforpress/Fim
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