
Cidade da Praia, 28 Out (Inforpress) – O presidente do PAICV (oposição), Francisco Carvalho, afirmou hoje que os recentes cortes de energia e apagões na ilha de Santiago são fruto da má governação do Movimento para a Democracia (MpD).
O líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) falava à imprensa no âmbito do acto de encerramento da jornada aberta promovida pelo grupo parlamentar do PAICV sobre o “Estado da justiça e a sustentabilidade energética”.
Na ocasião Francisco Carvalho criticou a gestão do sector energético pelo Governo do MpD, afirmando que em 2016, quando assumiu o poder, a capacidade de produção de energia na ilha de Santiago era de 200 por cento (%) em relação ao consumo da população.
“O MpD não fez nenhum investimento, tinha um estudo que dizia que esta capacidade de produção só conseguia garantir consumo até 2019, foi claro. O estudo mostrava isso, mas mesmo assim, com todo o aviso o Governo do MpD não fez nenhum investimento”, acusou.
E com isso, acrescentou que a capacidade de produção manteve na mesma, cerca de 70 megawatt (MW) desde 2016, enquanto que o consumo foi aumentando.
“Hoje em dia temos uma situação em que o consumo é de cerca de 60 MW e a produção cerca de 70. Ou seja, qualquer avaria que aconteça obriga a corte”, sublinhou, assumindo que esta gestão deve ser vista então não como uma crise pontual, mas como consequência da má vontade política de investir na área de energia.
No entanto, apelou a uma aposta séria em energias renováveis, com incentivos ao investimento privado, importação de equipamentos de baixo consumo e a criação de uma “tarifa zero”.
O líder do PAICV revelou ainda que as maiores perdas de energia ocorrem entre grandes consumidores e não nos pequenos, defendendo maior controlo sobre todo o sistema.
Em relação à justiça, Francisco Carvalho criticou a ineficácia das medidas anunciadas pelo MpD, afirmando que o que falta fazer na justiça, paradoxalmente, é fazer, em vez de mais discursos.
ET/HF
Inforpress/Fim
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