Cidade da Praia, 16 Set (Inforpress) – O presidente da Federação Cabo-verdiana de Ciclismo (FCC), Marques Mendes, afirmou hoje que o estágio de preparação para o Campeonato do Mundo e para a Volta a Angola foi “intenso e exaustivo”.
Conforme explicou à Inforpress, o objectivo central passa por preparar os atletas nacionais para enfrentarem competições internacionais de maior exigência.
Segundo Marques Mendes, o objectivo foi elevar o nível competitivo dos atletas e prepará-los para enfrentarem provas de longa duração.
“Este estágio foi muito intenso e exaustivo, porque queremos que os nossos atletas vivam o ambiente real das provas internacionais. A Volta a Angola, por exemplo, terá nove etapas, com percursos de mais de 120 quilómetros por dia. Temos de nos preparar para essa realidade e não para corridas de apenas 30 ou 50 quilómetros como se fazia antes em Cabo Verde”, explicou.
De acordo com o dirigente federativo, Cabo Verde conta, actualmente, com cerca de 180 atletas licenciados pela União Ciclista Internacional (UCI), mas apenas sete a nove ciclistas encontram-se em melhores condições de forma para integrarem a selecção nacional nas próximas competições.
A convocatória oficial será anunciada em breve, mas, segundo o dirigente, os nomes já estão definidos com base no desempenho registado durante o estágio.
A participação na Volta a Angola está já assegurada, com financiamento garantido pelo Instituto do Desporto e da Juventude (IDJ) e pelo Banco BAI.
Em relação ao Mundial do Ruanda, a federação admite dificuldades na qualificação directa pela via da pontuação, mas solicitou convite (wildcard) para marcar presença.
Apesar dos constrangimentos, o presidente da FCC sublinhou que a estratégia da federação é apostar cada vez mais em provas internacionais com pontuação, como o Campeonato Africano, inicialmente previsto para Agosto e adiado para o final do ano.
“Queremos garantir a qualificação por mérito próprio. Só assim Cabo Verde poderá afirmar-se no ciclismo mundial”, reforçou.
A escolha da treinadora portuguesa Ana Vigário, que orientou o seu segundo estágio com a selecção cabo-verdiana, é vista pela federação como uma “aposta estratégica”.
Com experiência de atleta, treinadora e formadora, Vigário conheceu a federação através de um programa da UCI e aceitou colaborar com Cabo Verde após criar laços com o País e os atletas.
“Acreditamos que a sua experiência será uma mais-valia para a modalidade em Cabo Verde nos próximos tempos”, afirmou Marques Mendes, lembrando que em 2023 o País já contou com um treinador estrangeiro na sua primeira participação num Mundial, na Escócia.
Aquele ano, recorda o dirigente, foi histórico para o ciclismo nacional, com a estreia também no campeonato africano.
“Não conseguimos os resultados desportivos desejados, mas demos passos importantes na afirmação internacional de Cabo Verde no ciclismo”, frisou.
A federação realça que a visibilidade da participação em provas internacionais é também uma forma de inspirar jovens atletas e aproximar a modalidade da população cabo-verdiana.
“Queremos que o ciclismo seja um motivo de orgulho nacional e que sirva de inspiração às novas gerações”, concluiu.
KA/SR//HF
Inforpress/Fim
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