Praia: Consumidores denunciam discrepâncias nos preços nas prateleiras e valores cobrados em supermercados

Cidade da Praia, 30 Abr (Inforpress) - Consumidores da cidade da Praia mostraram-se hoje “insatisfeitos” com a discrepâncias entre os preços afixados nas prateleiras e os valores cobrados na caixa de alguns estabelecimentos comerciais, e pedem os operadores para serem “mais transparentes”.

Esta preocupação foi manifestada à Inforpress por alguns consumidores, os quais alegaram que muitas vezes encontram um preço na prateleira e ao pagar é outro na caixa, e que isso acontece em diferentes supermercados da capital.

A ausência de preços visíveis nas prateleiras de diversos estabelecimentos comerciais constitui também outro problema, segundo os consumidores ouvidos pela Inforpress.

Vany Batalha, uma dona de casa, que frequenta os supermercados, denunciou que tem estado a fazer compras e muitas vezes encontra um preço diferente na caixa.

“Quando isso acontece confronto sempre os funcionários na caixa e depois colocam o produto no preço mais baixo. Por isso devemos estar sempre atentos”, alertou.

Leny Vaz, uma outra consumidora, relatou também o seu descontentamento em relação a este assunto, assegurando que isso já acontece há alguns anos e que os infractores não estão a ser punidos porque continuam a mesma prática. “Já chamei atenção muitas vezes nos minimercados, mas não mudam de atitude”, denunciou.

Com isso, pediu a todos os consumidores para não desistirem, para estarem sempre atentos e que continuem a chamar atenção e clamar pela mudança.

As entrevistadas destacaram as mesmas preocupações e afirmaram que esta situação tem estado a acontecer todos os dias nas lojas, onde cada um coloca um preço diferente e muitas vezes os preços também não estão a ser afixados nas prateleiras.

Perante estas preocupações, a Inforpress ouviu também o inspector-geral das Actividades Económicas, Paulo Monteiro, que alertou os consumidores para verificarem os preços dos produtos na prateleira e na caixa antes do pagamento nos supermercados.

“O consumidor é o primeiro fiscalizador do seu dinheiro e devem estar atentos sobre os produtos nas lojas que vão comprar, desde do estado do mesmo, validade e o preço”, declarou Paulo Monteiro.

A mesma fonte sublinhou que a falta de transparência nos preços, além de ser uma violação dos direitos dos consumidores, contribui também para a perda de credibilidade desses estabelecimentos comerciais.

Paulo Monteiro afirmou que o IGAE tem estado a receber muitas queixas sobre este assunto, mas que a instituição actua somente na fixação dos preços nas prateleiras, mas que não regula os preços praticados nas lojas e que os operadores são livres para colocarem os preços que quiserem.

Este responsável alertou aos consumidores que caso notarem que os preços não estão afixados nas prateleiras numa loja ou supermercado para entrarem em contacto com a Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE) para denunciarem a infracção.

A Lei de Defesa do Consumidor de Cabo Verde 88/V/98, de 31 de Dezembro, postula que os consumidores têm direito à informação adequada, suficiente e verdadeira sobre os produtos.

Assegura ainda que os fornecedores de bens e serviços são obrigados a informar os consumidores de “forma clara, prévia e precisa” sobre os diferentes produtos e serviços disponíveis numa loja ou minimercado.

Os fornecedores têm a obrigação ainda de fixar os preços nas prateleiras ou disponibilizar um preço visível para o consumidor.

DG/AA

Inforpress/Fim