Cidade da Praia, 09 Jun (Inforpress) – O Presidente da República, José Maria Neves, defendeu hoje, em Mónaco (França), a importância do reconhecimento e valorização do papel do Oceano como vector de desenvolvimento sustentável.
Estas considerações foram feitas pelo Chefe de Estado, durante a sua intervenção no Blue Economy and Finance Forum.
Sublinhou também que é “indispensável” garantir financiamento adequado, transferência de tecnologia e reforço efectivo de capacidades, sobretudo nos países mais vulneráveis, para que todos os países possam participar, de forma plena, na acção em prol do oceano.
José Maria Neves reiterou a necessidade “urgente” de mobilizar financiamento climático e azul robusto e acessível, sensível às especificidades dos SIDS.
Assegurou igualmente, a necessidade de uma governação oceânica inclusiva, que dê espaço às comunidades locais, aos povos indígenas e à juventude.
O Presidente apontou ainda, que é preciso estabelecer parcerias para a transferência de tecnologia e a edificação de capacidades adaptadas às realidades de cada contexto.
“Não haverá desenvolvimento sustentável sem oceanos saudáveis. Essa verdade impõe-se com cada nova evidência científica e está consagrada em instrumentos como o Acordo de Paris ou o Tratado sobre a Biodiversidade Marinha em Áreas para Além da Jurisdição Nacional (BBNJ)", disse.
Destacou a importância da adopção deste tratado histórico e reafirmou o seu compromisso de concluir o processo de ratificação com a "maior brevidade".
O alto magistrado da Nação lembrou que Cabo Verde tem vindo a consolidar a sua agenda azul, com investimentos em conservação marinha, turismo ecológico, pesca sustentável, literacia oceânica e soluções baseadas na natureza, com enfoque na resiliência costeira.
“Estamos a reforçar o quadro institucional, a alargar as áreas marinhas protegidas e a integrar a acção climática na gestão dos nossos recursos”, frisou.
José Maria Neves disse que para os SIDS, a década do oceano é uma necessidade vital, considerando que é uma plataforma de convergência para reequilibrar a relação com o mar com base na ciência, na equidade e na cooperação genuína.
O chefe de Estado também alertou para as ameaças concretas que afectam Cabo Verde, como a subida do nível do mar à acidificação, da sobrepesca à poluição, ressaltando que todas essas ameaças exigem uma resposta “corajosa, coordenada e solidária”.
Neste particular, sublinhou o Presidente da República, que é preciso agir em conjunto, com visão e responsabilidade partilhada e que essa acção colectiva deverá assentar na “centralidade” da ciência oceânica como fundamento das políticas públicas.
“Só com conhecimento mais sólido, amplamente partilhado e ecfetivamente aplicado, se pode transformar a governação oceânica e garantir meios de subsistência sustentáveis às populações costeiras”, afirmou.
DG/ZS
Inforpress/Fim
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