PR enaltece contributo das Nações Unidas para o desenvolvimento e afirmação de Cabo Verde

Cidade da Praia, 30 Out (Inforpress) – O Presidente da República destacou hoje o “contributo extraordinário” das Nações Unidas (ONU) para a libertação dos povos africanos e para o desenvolvimento sustentável do arquipélago, sublinhando a importância da cooperação em todas as fases da história nacional.

José Maria Neves falava à imprensa durante uma visita à exposição “Cabo Verde e Nações Unidas 50+”, patente no Platô (Praia), que assinala os 80 anos da ONU e os 50 anos da sua presença no país, integrada nas celebrações do Cinquentenário da Independência Nacional.

Segundo o chefe de Estado, a ONU teve um papel determinante ainda antes da independência, “na criação da ideia da emancipação dos povos africanos e no apoio à libertação das antigas colónias portuguesas”, estando “nos alicerces da construção da liberdade e do desenvolvimento” de Cabo Verde.

“As Nações Unidas ajudaram-nos a construir os caboucos onde lançamos os alicerces do desenvolvimento sustentável de Cabo Verde. Esta cooperação tem sido fundamental e tem trazido ideias novas, políticas públicas ousadas e orientadas para um crescimento inclusivo e ambientalmente sustentável”, afirmou.

O Presidente recordou que os primeiros programas de reforma da administração pública foram financiados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e que iniciativas estruturantes, como a estratégia da economia azul e o programa de desenvolvimento humano, contaram com o “forte contributo” da organização.

“É preciso, nestes 50 anos, homenagear as Nações Unidas pelo seu contributo extraordinário para a afirmação de Cabo Verde e, sobretudo, mostrar que o desenvolvimento é possível. Trabalhamos juntos para demonstrar que o subdesenvolvimento, a pobreza e os conflitos não são fatalidades, e que é sempre possível construir um futuro de paz e dignidade”, reforçou o chefe de Estado.

Questionado sobre a importância da exposição, José Maria Neves defendeu que conhecer a história é essencial para projectar o futuro.

“É bom ver como começámos a dar os primeiros passos na construção do país. Em 1975, tudo era extremamente difícil, mas os cabo-verdianos insistiram em viabilizar Cabo Verde e as Nações Unidas insistiram em contribuir para esse sonho. Conhecer essa história é fundamental para continuarmos a sonhar e a construir um Cabo Verde próspero e com oportunidades para todos”, sublinhou.

No plano internacional, o Presidente da República destacou a relevância do multilateralismo e da diplomacia como vias para a resolução de conflitos, recordando o papel de Cabo Verde em processos de paz na África Austral.

“Cabo Verde foi escolhido como país da linha da frente, embora não fosse geograficamente da região, e acolheu as primeiras negociações de paz que abriram caminho para a libertação de Nelson Mandela, a independência da Namíbia e a paz em Angola”, recordou, sublinhando que o país “sempre defendeu a Carta das Nações Unidas, a autodeterminação dos povos e a solução negociada dos conflitos”.

O chefe de Estado reafirmou o compromisso de Cabo Verde com o reforço do multilateralismo, “em linha com o apelo do secretário-geral António Guterres, de dar sempre uma chance à diplomacia”.

CM/CP

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