Cidade da Praia, 10 Set (Inforpress) — O director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Manuel da Lomba, defendeu hoje o papel fundamental da organização na prevenção do suicídio, afirmando que nenhuma instituição está isenta de sofrer situações de suicídio.
Em declarações à imprensa no âmbito de uma conversa aberta para assinalar o Dia Mundial de Luta contra o Suicídio, 10 de Setembro, Manuel da Lomba sublinhou a importância desta efeméride para a Polícia Judiciária, sobretudo pelo facto de os seus colaboradores enfrentarem diariamente situações de stress e pressão intensos.
“Nós atendemos esta causa para também demonstrar a nossa solidariedade com todas as pessoas vítimas do suicídio”, salientou, mencionando um caso ocorrido em Janeiro de 2024, com um agente de segurança da unidade de Assomada, que surpreendeu toda a instituição.
Foi a partir desta situação, que, segundo aquele director, a PJ tomou consciência da necessidade de unir vozes na luta contra o suicídio, avançando que a instituição vai continuar a ministrar formações no sentido de detectar possíveis sintomas deste flagelo.
“Nós temos que fazer o possível para ter pessoas que identificam as pessoas que podem ter alguma propensão, porque é um assunto que diz respeito a todos nós, porque quando uma pessoa põe termo à sua vida, é um desprezo pela vida”, explicou.
O director nacional da PJ reforçou que a intenção é evitar o sentimento de culpa por não agir e garantir que os agentes são capazes de reconhecer estas pessoas, destacando que a conversa aberta permite ter uma ideia mais consensual de que todos devem contribuir para uma saúde mental sã.
A psicóloga Christie Wahnon, que conduziu a conversa sobre saúde mental e prevenção do suicídio, apelou à urgência do debate, asseverando que suicídio é um tema complexo e que precisa ser tratado com responsabilidade e empenho.
Segundo Christie Wahnon, mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio anualmente e em Cabo Verde esse número é em torno de 50 casos por ano.
“Devemos saber que as pessoas que se suicidam são mortes evitáveis, então devemos trabalhar na prevenção, devemos mostrar às pessoas que é necessário debater esse assunto”, disse, sublinhando a importância de sensibilizar para que as pessoas falem sobre o tema, conheçam suas causas e consequências.
O mês de Setembro é dedicado à consciencialização sobre a prevenção do suicídio e à promoção da saúde mental, uma causa de extrema relevância que exige o envolvimento de toda a sociedade.
E foi em 2003, nove anos após a morte de Mike Emme, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de Setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.
O lema deste ano “Se precisar, peça ajuda” busca alertar a população a respeito da realidade da prática no mundo.
LT/ZS
Inforpress/Fim
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