Mindelo,08 Abr (Inforpress) - A ministra da Saúde considerou hoje, no Mindelo, que é “crucial” uma “actuação colectiva e coordenada” para debelar os “obstáculos persistentes” na saúde, como o acesso limitado a serviços especializados, desigualdades e doenças crónicas.
Filomena Gonçalves falava à imprensa após presidir o acto central das celebrações do Dia Mundial da Saúde, que este ano se comemora sob o lema “Minha saúde, meu direito: saúde mental, prioridade e compromisso de todos”.
“Têm-se feito muitos investimentos em infra-estruturas e recursos humanos, nós sabemos, temos consciência, que ainda existem desafios e só estaremos a debelar esses desafios juntando as nossas forças e trabalhando com os olhos humanos”, precisou a ministra.
Ou seja, continuou, também este ano este lema abrange a declaração do Ano de Saúde Mental e isso mostra que é necessário analisar aquilo que “nós temos e o que é que cada um de nós pode fazer para melhorar.
Filomena Gonçalves lembrou que o lema escolhido para as comemorações do Dia Mundial da Saúde este ano é uma “chamada de atenção”, ou ainda “um exaltar de todos” para cada um, “dentro das suas responsabilidades, das suas famílias, do comportamento, do ressaltar de harmonia, amor e respeito” aprenda que “viver com saúde, com saúde mental, não significa não ter problemas”.
“É termos a capacidade de trabalhar para que todo e qualquer cabo-verdiano, perante as dificuldades que a vida tem e terá sempre, possa enfrentar essas dificuldades e sair com a mente sã para enfrentarem as próximas dificuldades que hão de vir, com certeza”, destacou, afirmando que é, sobretudo, conseguir harmonizar o bem-estar físico, mental e espiritual.
“É também conseguirmos conviver todos os dias para vermos nas pessoas que nos rodeiam como se fôssemos nós, ou seja, para termos a capacidade de tratar aos outros da forma como nós gostaríamos de ser tratados”, afirmou.
A governante destacou também o investimento governamental aprovado para a legislatura de 2021-2026, visando não só manter os “elevados padrões de cuidados de saúde”, mas também ultrapassá-los.
Este pacote de investimento destina-se, segundo a mesma fonte, a aproximar ainda mais os serviços de saúde da população, implementar projectos inovadores e melhorar os já “impressionantes indicadores” de saúde. “Focamo-nos na expansão dos cuidados hospitalares, na intensificação dos cuidados de reabilitação e no fortalecimento das capacidades de todos os recursos humanos em saúde”, reforçou.
Segundo a ministra, serão feitos “investimentos significativos” na formação e no desenvolvimento dos profissionais de saúde, reconhecendo que um corpo médico, de enfermagem e técnicos qualificado e motivado “é crucial” para a prestação de cuidados de saúde “respeitadores e eficazes”.
“Este investimento nos recursos humanos é complementado por uma estratégia de educação em saúde pública, fundamentada na convicção de que informar e educar a população sobre questões de saúde é essencial para o empoderamento individual e colectivo na tomada de decisões sobre o próprio bem-estar”, destacou.
Ao intervir, o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Cabo Verde, Daniel Kertesz, disse que a OMS aplaude a decisão do Ministério de Saúde de declarar 2024 o Ano da Saúde Mental em Cabo Verde, lembrando que se trata de uma questão de bem-estar que permite às pessoas lidar com as questões de vida, realizar as suas capacidades, aprender, trabalhar bem e contribuir para melhorar a sua vida.
“É um componente interior da saúde e do bem-estar que sustenta as nossas capacidades individuais e colectivas para tomar decisões, considerações e mudar o mundo em que vivemos. A saúde mental é um direito humano básico importante para o desenvolvimento pessoal, comunitário e social. A necessidade de acção em matéria de saúde mental é indiscutível e urgente”, considerou.
Lembrado que em 2019, o suicídio foi a 4ª principal causa de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos ao nível mundial, Daniel Kertesz afirmou que a OMS espera que no Ano da Saúde Mental o Governo apoie “com firmeza” o desafio da saúde mental.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, falou na necessidade de se encarar a saúde mental com um “novo olhar” e apostar em respostas “atempadas e criativas”.
CD/AA
Inforpress/Fim
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