Maio: Emigração e desemprego jovem preocupam moradores de Ribeira Dom João

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Maio: Emigração e desemprego jovem preocupam moradores de Ribeira Dom João
28/09/25 - 12:45 pm

Porto Inglês, 28 Set (Inforpress) – Moradores da localidade de Ribeira Dom João, na ilha do Maio, alertaram hoje para o risco de despovoamento da comunidade devido à saída crescente de jovens e ao desemprego que afecta os poucos habitantes que permanecem.

A Inforpress deslocou-se à localidade, situada a cerca de 15 quilómetros da cidade do Porto Inglês, e constatou que a perda de população tem sido uma das maiores preocupações dos residentes, reflexo da estagnação socioeconómica que se arrasta há vários anos.

Dulcineia Silva, moradora da zona, disse que o desemprego é o maior desafio para quem ali vive.

“Praticamente não temos trabalho. Há quem produza queijo, mas mesmo assim enfrenta problemas para vender, porque não há transporte nem mercado certo”, lamentou.

Com pouco mais de 150 habitantes, Ribeira Dom João tem registado um aumento da emigração, em especial de jovens, fenómeno que, segundo o morador Gregório Gonçalves, já se sente em toda a ilha do Maio.

“Há uma saída muito grande, tanto de homens como de mulheres. Muitos jovens partem em busca de melhores oportunidades e a localidade vai ficando cada vez mais despovoada”, referiu.

Tradicionalmente dedicada à pecuária e à agricultura, a comunidade tem na produção de queijo artesanal uma das suas principais actividades económicas. 

Contudo, a falta de transportes regulares e a dificuldade em escoar os produtos para o mercado do Porto Inglês ou para outras ilhas têm comprometido a sustentabilidade desta actividade, que já conheceu melhores dias.

Os moradores pedem maior atenção das autoridades locais e nacionais, sublinhando a necessidade de investimentos que possam gerar emprego, melhorar o escoamento da produção e criar condições para fixar os jovens na localidade.

O desemprego e a emigração, apontados como principais factores para o despovoamento de Ribeira Dom João, reflectem, segundo os moradores, uma realidade mais ampla que atinge toda a ilha do Maio e que ameaça o seu desenvolvimento socioeconómico.

RL/ZS

Inforpress/Fim

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