Espargos, 22 Jul (Inforpress) – Pais e encarregados de educação no Sal exigiram, hoje, que o Ministério da Educação apresente soluções para acabar com “filas desumanas” desde as 04:00 da manhã para matrículas e entrega anual dos mesmos documentos, “num país em digitalização”.
A “repetição exaustiva” deste cenário, leva a comunidade a questionar a “ineficiência do sistema” e a exigir uma intervenção urgente das autoridades competentes.
Muitos pais relatam perder dias de trabalho, pedindo licenças ou mesmo tirando dias de férias, apenas para tentar matricular os filhos.
"Está tudo igual ao ano passado e igual há dois anos", desabafa a encarregada de educação, Kátia Lobo, descrevendo um “cenário crónico” que se agrava.
A rotina exaustiva de acordar de madrugada para garantir um dos “escassos 50 números distribuídos diariamente” leva pais a perderem dias de trabalho ou a sacrificarem férias.
A indignação é maior face à exigência repetida dos mesmos documentos.
"Por que é que tenho que entregar os mesmos documentos, as mesmas fotocópias, num país que se diz em processo de digitalização”, continuou.
Ludmila Lopes dos Santos, uma outra mãe entrevistada, exemplifica a frustração, após ter chegado na escola às seis da manhã e descobriu que o primeiro da fila estava lá desde às quatro.
“O problema não é a complexidade do acto em si (…) o procedimento é simples, mas a burocracia que o envolve. Depois de horas de espera por um número, o atendimento, que começa apenas às 08:00, pode levar a um processo que, na sua essência, dura "cinco minutos" para entregar um papel”, explicou.
Recordou que em 2018 o processo era muito mais ágil, realizado directamente com o director de turma.
A justificação da secretaria, de que os pais deixam tudo "para a última da hora", é rejeitada.
Já Lótilde Amado, que chegou ao liceu Olavo Moniz por volta das 06:30, sublinhou que não conseguiu um dos 50 primeiros números e até à altura da entrevista, por volta das 10:00 ainda aguardava para ver se conseguia um número na segunda volta.
Disse que a “desorganização é grande” e às vezes quem chega mais tarde consegue um número porque não se consegue controlar toda a multidão que aguarda nas filas.
Os pais argumentam que o início tardio das matrículas para algumas turmas, como o sétimo ano, não justifica o caos instalado em poucos dias.
A “ineficiência do sistema” tem um custo social elevado, resultando em perda de dias de trabalho para os pais e um estresse desnecessário para as famílias.
Diante de um “problema recorrente” e que tende a piorar, os pais e encarregados de educação da ilha do Sal exigem uma intervenção urgente das autoridades competentes.
Pedem a revisão dos procedimentos, um “investimento sério” na digitalização dos processos e a implementação de um sistema que elimine a necessidade das filas e da repetição de documentos.
NA/ZS
Inforpress/Fim
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