Cidade da Praia, 17 Jun (Inforpress) - O presidente do ICIEG assegurou hoje que a descida de quatro posições no Índice Global de Paridade’2024 não estremece a imagem do país, e disse acreditar que Cabo Verde terá oportunidade de aumentar a participação feminina este ano.
A presidente do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), Marisa Carvalho, em entrevista à Inforpress, justificou que Cabo Verde manteve o sexto lugar na região subsariana porque o indicador da “participação politica” não obteve qualquer alteração.
Segundo a mesma fonte, pelo facto de o país não ter realizado nenhuma eleição este ano, os outros países conseguiram melhorar a categoria aumentando a presença das mulheres na política, culminando assim na descida da posição de Cabo Verde no ranking mundial.
A presidente do ICIEG reiterou que o próprio índice concluiu que de 2023 para 2024 a melhora global dos 146 países foi de apenas 0,1 %, um número que “não é favoravel”, porque, frisou, a nível mundial a percentagem não “abona nada a favor da paridade”.
“Por termos mantido no continente africano, apesar de ter havido países que tiveram eleições o ano passado na nossa região e mesmo assim mantivemos a sexta posição, deixa-nos satisfeitos, porque quer dizer que aquilo que nós já alcançamos são ganhos consolidados que nós precisamos de melhorar” pontuou, perspectivando que com as eleições autárquicas deste ano, o País poderá melhorar a participação feminina.
Instada sobre as listas para presidência das câmaras municipais não apresentarem nenhuma mulher, Marisa Carvalho disse que a lei da paridade não tem a ver com a posição que elas ocupam, mas sim que as eleições locais têm de ter pelo menos 40 % de um dos sexos.
“Há partidos, como o PTS, que apresenta 40 % de homens, a maior parte são mulheres, portanto tem de haver um equilíbrio 40-60, o que se verifica sempre é que há sempre menos mulheres. Portanto exige-se um mínimo de 40 % de mulheres, a questão de não haver mulheres como cabeças de lista para a câmara não implica que a lei da paridade não seja cumprida” declarou.
“Continua a ter uma grande masculinização da política, principalmente em cargos visíveis e que, de alguma forma, tem mais credibilidade e mais visibilidade, mas isso, mais uma vez, não implica que as listas não sejam paritárias. Nas últimas eleições em que já foi aplicada a lei da paridade cumpriu-se a nível autárquico a lei da paridade e não houve nenhuma mulher eleita como presidente de câmara” continuou acentuando que a lei deve ser cumprida.
Conforme frisou, a instituição aguarda a constituição das listas partidárias para “devida verificação”, a fim de evitar retrocessos nos ganhos conseguidos até então por Cabo Verde.
“Nós conseguimos manter o sexto lugar na região e estarmos à frente de países como o Brasil ou outros que são considerados com grande grau de evolução, mas nestas questões da paridade nós conseguimos estar à frente deles, não nos envergonha, muito pelo contrário, orgulha-nos e muito” concluiu.
De acordo com uma divulgação do Índice Global de Paridade 2024, Cabo Verde desceu quatro posições, do 37.º lugar para o 41.º, resultado dos avanços conseguidos por alguns países, visto alguns terem realizado eleições e melhorado, assim, o índice da participação política.
Segundo a mesma fonte, a consolidação de Cabo Verde como país referência na promoção da igualdade e equidade de género na região subsaariana, deve-se a posição mantida no 6º lugar e o alcance da 41ª posição no ranking global, com 0,755 pontos (avaliação de 0 a 1, representando 0 – zero - a não paridade e 1 – um - a paridade total).
LT/AA
Inforpress/Fim
Partilhar