*** Por Feliciano Monteiro, da agência Inforpress ***
Lisboa, 18 Ago (Inforpress) – O jovem cabo-verdiano Natalino Monteiro, 38 anos, é chef de cozinha “de um dos melhores restaurantes na Suíça”, mas tem o desejo de regressar à terra natal, Santa Catarina (Santiago), para investir na área de restauração.
O projecto “Kamponesa” (camponesa, em português) deste jovem, natural de Achada Tossa, em Santa Catarina, que emigrou para Portugal em 2014, por não ter encontrado instituições em Cabo Verde para fazer estágio profissional na sua área de formação [Relacções Internacionais]. mais do que financeiro tem um pendor social.
“Tenho um projecto elaborado e é meu sonho um dia abrir um restaurante próprio em Santa Catarina e na cidade da Praia, para poder oferecer pequeno-almoço e almoço a um preço acessível a todos os estudante e trabalhadores com salários baixos”, realçou o jovem santa-catarinense, em entrevista à Inforpress.
Formado em Relações Internacionais, Natalino Monteiro, começou a sua trajectória culinária ainda adolescente aquando da sua participação numa formação de cozinha numa colónia de férias em Assomada, promovida pela Paróquia de Santa Catarina.
Entretanto, foi em 2014, que, após trabalhar num restaurante, no Porto (Portugal), como descascador batatas e grelhador, e mais tarde em Lisboa, “sob o olhar atento”, aperfeiçoou os conhecimentos de cozinha portuguesa, italiana e tailandesa.
Desde de Abril de 2024, o jovem imigrante trabalha “num dos melhores e mais procurado restaurante português na Suíça”, que também tem recebido visitas da comunidade cabo-verdiana.
Actualmente, procura parceria, sobretudo das autarquias santa-catarinense e praiense para implementar este projecto “Kamponesa”, que pretende transformar num refeitório municipal, visando oferecer pratos a preços acessíveis para estudante e funcionários públicos e privados, sobretudo os com salários baixos.
O jovem empreendedor explicou que este refeitório funcionará no período da manhã e da tarde, na área social, e, à noite, como um restaurante comum, onde além de pratos típicos de cabo-verdiano vai ter no menu pratos portugueses.
Acrescentou que este “projecto grande” contempla, além de restaurante/refeitório, um salão de festa para todo tipo de eventos, com destaque para almoços oficiais que a autarquia santa-catarinense tem servido por altura das festas do Dia da Cidade de Assomada, 13 de Maio, e Dia do Município e santa padroeira Santa Catarina, 25 de Novembro.
Natalino Monteiro declarou ainda que apesar de vários constrangimentos antes de 2014, por parte das autoridades municipais em “abraçar este projecto”, actualmente tem a abertura da edilidade santa-catarinense em ajudá-lo a realizar este sonho de abrir este negócio próprio na área de restauração.
O jovem também está disponível em transmitir os seus conhecimentos às cozinhas do mercado municipal de Santa Catarina e restaurantes locais, para melhorar na questão de segurança e higiene alimentar, que a seu ver, tem falhado.
O seu percurso como chef de cozinha e imigrante é marcado por desafios, incentivos, discriminação, falta de apoio de familiares, determinação e o desejo de regressar à terra natal para dar seu contributo nesta área e no desenvolvimento de Santa Catarina e de Cabo Verde, e aconselha todos os cabo-verdianos a fazerem o mesmo.
FM/AA
Inforpress/Fim
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