
São Filipe, 21 Set (Inforpress) – Mais de 60 técnicos das instituições que lidam com o atendimento das vítimas de violência baseada no género (VBG) na ilha do Fogo foram capacitados para melhor prestação dos atendimentos.
O encerramento da formação “capacitação técnica das diferentes instituições que trabalham directamente com os casos de VBG na ilha do Fogo” aconteceu esta sexta-feira, 20, na cidade de São Filipe com a entrega de certificados.
A formação foi realizada no quadro do projecto "melhorar acesso aos recursos e cuidados de qualidade para mulheres e meninas vítimas de violência baseada no género (VBG) no Fogo, Santo Antão e Santiago" implementado pela Fundación Religiosos para la Salud (FRS), Irmãos Capuchinhos de Cabo Verde e Cáritas Porto Novo em parceria com o ICIEG e foi dividida em duas fases.
Na primeira o projecto estabeleceu com resultado fortalecer as capacidades técnicas das diferentes entidades intervenientes na problemática da violência baseada no género, através da compreensão dos mecanismos de construção, reprodução e manutenção dos estereótipos e as respectivas consequências e conceptualização da VBG para conhecer as medidas de prevenção e tratamento.
A segunda fase centralizou-se no acompanhamento dos resultados da primeira fase e partilha de ferramentas de “treinamento e gestão emocional” considerados essenciais para o atendimento de qualidade e actuação dos técnicos na qualidade de agentes de prevenção.
Na cerimonia de encerramento a coordenadora do projecto Victoria Seoane agradeceu à Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento pela subvenção de 475 mil euros que tornou possível a implementação do projecto que visa contribuir para a eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres.
A Fundação Religiosa para Serviços de Saúde é uma ONG espanhola que actua na cooperação internacional há cerca de 40 anos e implementa “grandes projectos” na área de saúde e direitos das mulheres disse a coordenadora que sublinhou que esta fundação uniu forças e experiências de outras instituições que trabalham com mulheres vulneráveis.
O projecto, que começou no ano passado e terminará no mês de Fevereiro de 2025, trabalhou quatro áreas específicas, nomeadamente a capacitação técnica para os responsáveis da rede de atendimento às vítimas da violência, a criação e equipamento de três abrigos para mulheres vítimas de VBG, a remodelação e equipamento de um abrigo em Santa Cruz e criação de uma cooperativa de corte e costura em Santa Cruz referiu a coordenadora.
Com relação à capacitação dos técnicos, Victoria Seoane destacou que, no Fogo, foram realizadas duas fases de formação com um total de 32 horas para técnicos e funcionários que estão na primeira linha de atendimento às vítimas de VBG, nomeadamente, do Ministério da Justiça, Polícia Nacional, Bombeiros e Protecção Civil, Pessoal Social de Saúde, representantes de Organizações da Sociedade Civil, Funcionários das Câmaras Municipais, ICCA e ICIEG.
“Os objectivos desta formação foram compreender os mecanismos de construção, reprodução e manutenção dos estereótipos de género e suas consequências, conceituar a violência de género e conhecer as medidas de prevenção e tratamento, bem como a metodologia de trabalho em rede para melhorar o desempenho das vítimas”, disse a coordenadora do projecto.
Como outro objectivo apontou que para gerar a mudança necessária para uma sociedade livre de estereótipos de género e respeitosa da dignidade humana por meio de ferramentas de treinamento e gestão emocional essenciais para um atendimento de qualidade e actuação como agente de prevenção.
Victoria Seoane pediu aos técnicos que continuem resilientes, que não desistam diante dos diferentes desafios e continuem a implementar, na prática profissional diária e na vida pessoal, os diferentes aprendizados adquiridos na formação.
JR/HF
Inforpress/Fim
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