São Filipe, 23 Jul (Inforpress) - A Zona Económica Especial do Fogo (ZEEF) quer posicionar a ilha como destino competitivo para investimentos sustentáveis nos sectores do agronegócio, turismo e economia azul, com uma “visão corajosa e transformadora", sustenta o Plano ZEEF
A ZEEF, que está alinhada com os compromissos do desenvolvimento sustentável e à Agenda 2030, procura impulsionar a economia local com qualidade, inovação e inclusão social.
O documento, já em consulta pública nos três municípios da ilha, e a que a Inforpress teve acesso, indica que a visão da ZEEF assenta na transformação económica da ilha do Fogo, tirando partido dos seus “recursos naturais e culturais únicos”, com destaque para o seu "imponente vulcão activo e a riqueza ecológica” da Reserva da Biosfera.
O plano visa atrair investimentos estratégicos, promover o empreendedorismo e reforçar as capacidades locais, com forte aposta na sustentabilidade ambiental, económica e social.
Para concretizar esta visão, estão delineadas várias orientações estratégicas, entre as quais a criação de zonas multiactividades para atrair indústrias transformadoras, fortalecimento do empreendedorismo local e captação de investimento directo estrangeiro.
Inclui ainda a implementação de incubadoras de negócios nos sectores-chave como agronegócio, turismo e economia azul e promoção de investimentos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), reorientando incentivos e incubando actividades sustentáveis.
Com base nessas orientações, foram definidos quatro eixos prioritários de intervenção, nomeadamente a instalação, desenvolvimento institucional e parcerias estratégicas, a infraestruturação da ZEEF e logística de apoio ao empreendedorismo, a promoção de cadeias de valor no agronegócio e nas pescas e a integração territorial do turismo e valorização dos recursos naturais, como o Vulcão do Fogo e o Parque Natural.
A proposta prevê que a ZEEF tenha como área central as zonas de reserva, com especial enfoque no vulcão do Fogo e na Fogo Reserva da Biosfera, e a valorização do potencial vulcânico é considerada um dos pilares estratégicos do projecto, com diversas dimensões de actuação.
A dimensão da actuação científica propõe a criação de oportunidades para investigação e inovação em vulcanologia, posicionando a ilha como referência internacional.
Na dimensão da actuação socioeconómica o documento defende a geração de empregos, fortalecimento do turismo e dinamização de actividades sustentáveis.
Na dimensão educativa e cultural destaca-se a promoção da educação ambiental e patrimonial ligada ao vulcanismo enquanto na dimensão de desenvolvimento sustentável prevê a utilização equilibrada dos recursos naturais para fortalecer a resiliência das comunidades locais.
O modelo de negócio da ZEEF assenta em três pilares operacionais, nomeadamente logística de apoio ao negócio e assistência técnica, que inclui infraestrutura, incubadoras multissectoriais, armazenagem, serviços especializados e suporte à gestão.
O plano de acção 2025/2030 prevê investimentos significativos, com recursos canalizados para infraestruturas estratégicas, desenvolvimento institucional e capacitação técnica.
O financiamento deverá combinar fundos públicos, parcerias público-privadas e apoios internacionais, nomeadamente através de programas como o Global Gateway da União Europeia.
JR/AA
Inforpress/Fim
Partilhar