Cidade da Praia, 16 Mai (Inforpress) – O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas (CEMFA) fez hoje um “balanço positivo” do Exercício Obangame Express-2025 e destacou a necessidade de alianças estratégicas, capacidades conjuntas e cultura de segurança baseada na confiança e responsabilidade partilhadas.
“É imperativo consolidar alianças estratégicas, investir em capacidades conjuntas e fomentar uma cultura de segurança baseada na confiança mútua, no respeito entre as nações e na partilha de responsabilidades”, precisou António Duarte Monteiro, no acto de encerramento do Exercício Obangame Express-2025 (OE-25).
O exercício, que decorreu pela primeira vez em Cabo Verde entre os dias 05 e 16 deste mês, reuniu cerca de 30 países incluindo 22 membros da arquitectura de Yaoundé e oito países parceiros internacionais.
Permitiu testar a capacidade de resposta operacional, fortalecer parcerias e consolidar a confiança entre as nações envolvidas na segurança marítima.
Adiantou que ao longo das duas semanas de trabalho “intensivo e coordenado”, foram realizadas várias actividades cruciais, entre as quais o treino de abordagem a navios (VBSS), simulações de combate à pirataria e tráfico de drogas, missões de busca e salvamento em ambiente multinacional e exercícios de “legal finish” como o “Mock Trial”.
Segundo disse, estas acções testaram a prontidão das equipas interagências, a fluidez da partilha de informações entre os centros operacionais e a eficácia dos sistemas de Consciência Situacional Marítima (MDA).
Segundo o CEMFA, as lições aprendidas durante o exercício são de “elevada importância” para o reforço das capacidades operacionais dos países da África Ocidental e Central, contribuindo, não só, para uma maior interoperabilidade entre marinhas, mas também para a construção de um ambiente marítimo mais seguro e estável.
Destacou ainda a importância da continuidade na modernização dos sistemas de comunicação entre os Estados da Arquitectura de Yaoundé, defendendo que “nenhuma operação conjunta poderá alcançar sucesso sem uma base sólida de comunicação eficiente e fiável”.
O exercício evidenciou, uma vez mais, a complexidade e a natureza transnacional das ameaças no espaço marítimo, tornando evidente a necessidade de respostas conjuntas, integradas e coordenadas.
Neste contexto, Monteiro apelou à consolidação de alianças estratégicas, ao investimento em capacidades conjuntas e ao reforço de uma cultura de segurança baseada na confiança mútua, no respeito entre os Estados e na partilha de responsabilidades.
Cabo Verde reafirma, assim, a sua total disponibilidade para continuar este caminho da cooperação activa, lado a lado com os seus parceiros regionais e internacionais, na construção de soluções inovadoras, sustentáveis e eficazes para os desafios no domínio marítimo.
Por seu turno, o capitão do Exercício Obangame Express-2025, Harish Patel destacou a relevância do exercício, não apenas, para Cabo Verde, mas também para os Estados Unidos da América e os restantes países participantes.
“Temos cinco zonas nas quais Cabo Verde possui o MMCC regional, ou Centro de Coordenação Multinacional Marítima, que surgiu nos últimos anos e, este ano, conseguimos integrá-lo totalmente para trabalhar em todos os Centros de Operações Marítimas e em todas as zonas e países para testar os 103 cenários que apresentamos e que foram reunidos com todos os parceiros este ano”, apontou.
“O Golfo da Guiné e as águas africanas do Ocidente são espaços de água compartilhados, cada país tem a sua água territorial, mas juntos podemos abordar alguns dos desafios ilícitos que nenhum país, incluindo os EUA, pode abordar sozinho”, concluiu.
Obangame Express-2025 é um dos maiores exercícios combinados de segurança marítima da África Ocidental e Central, promovido e patrocinado pelo Comando dos Estados Unidos para a África (United States Africa Command – AFRICOM) e facilitado pelas Forças Navais da Sexta Frota dos Estados Unidos.
AV/HF
Inforpress/Fim
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