EUA querem diplomacia focada nos negócios e mais empresas em África

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EUA querem diplomacia focada nos negócios e mais empresas em África
23/06/25 - 01:44 pm

Luanda, 23 Jun (Inforpress) – O diretor do Gabinete de Assuntos Africanos do Departamento de Estado norte-americano garantiu hoje que a diplomacia económica dos EUA está focada no setor privado e na criação de oportunidades de negócio em África, destacando Angola como exemplo de transformação.

Troy Fitrell, que discursava na cerimónia de abertura da 17.ª edição da Cimeira Empresarial EUA–África, que decorre em Luanda até quarta-feira, sublinhou o seu vínculo pessoal com o país onde se sente em casa.

“Vim pela primeira vez há 25 anos e Angola mudou muito. Pensem em como era há 25 anos agora e vejam que estão numa trajetória espantosa”, afirmou.

“Às vezes focamo-nos no negativo e temos de olhar para o positivo. Quando olhamos para o que Angola fez nos últimos 25 anos é espantoso e isso reflete tudo o que tem acontecido no continente. África não é o mesmo lugar de há 25 anos e as relações também evoluem”, destacou.

O responsável recordou que os EUA apresentaram recentemente, em Abidjan, uma nova estratégia comercial para o continente, adaptada ao contexto atual. “Fizemos isso porque o mundo mudou, os EUA mudaram, os mercados mudaram, as economias são muito diferentes do que eram há 25 anos”, explicou, justificando a mudança de abordagem na diplomacia económica.

Fitrell enfatizou que as embaixadas norte-americanas devem atuar em função dos resultados junto do setor privado: “As nossas embaixadas trabalham para vocês, setor privado. É por aí que avaliamos os nossos embaixadores, pela forma como vos apoiam. Se os nossos embaixadores não nos trazem acordos empresariais e novas oportunidades de negócios e crescimento económico sustentável, perguntem-lhes porquê. Devem estar a oferecer-nos oportunidades todos os dias”.

Acrescentou ainda que os Estados Unidos trabalham de perto com as câmaras de comércio e os empresários numa “verdadeira parceria”.

Como prioridade, apontou os investimentos em infraestruturas que incluem também a modernização digital: “Precisamos de investimento maciço em infraestruturas. Normalmente pensamos em estradas, redes elétricas, mas não podemos esquecer o digital. Não podemos participar na economia moderna sem ter uma arquitetura digital moderna e segura”.

O responsável norte-americano lembrou que, nesta cimeira, os EUA trouxeram “quase mil empresários” e que a aposta em missões comerciais vai continuar para trazer mais empresas americanas para fazer negócios em África.

Destacou ainda o papel das agências governamentais e outras instituições como a US International Development Finance Corporation (DFC), a instituição norte-americana de financiamento para o desenvolvimento, o EximBank e o Departamento de Comércio, que devem também ser mais rápidas.

Fitrell concluiu reforçando que o modelo de negócios “à americana” é benéfico e útil para África, salientando que está focado na tecnologia, inovação e força de trabalho. “Investir no capital humano é a maneira americana de fazer negócios. Temos um objetivo comum e estamos juntos. Esta é uma grande oportunidade — vamos fazer negócios esta semana e nos próximos anos”, reforçou.

Inforpress/Lusa

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