Bruxelas, 23 Out (Inforpress) – O presidente do Conselho Europeu prometeu hoje ao Presidente ucraniano uma “decisão política” europeia para apoiar o financiamento da Ucrânia nos próximos dois anos, estando o chefe de Estado da Ucrânia satisfeito pela maior pressão sobre a Rússia.
“Hoje tomaremos a decisão política de garantir as necessidades financeiras da Ucrânia até 2026 e em 2027. Os detalhes técnicos continuaremos a trabalhar com a Comissão Europeia, mas o mais importante é a decisão política e a mensagem clara que estamos a enviar à Rússia”, disse António Costa, falando à chegada à cimeira europeia em Bruxelas ao lado do convidado, Volodymyr Zelensky.
Nestas declarações conjuntas com o Presidente ucraniano, que vai participar na primeira parte da reunião do Conselho Europeu, o líder da instituição europeia que junta os chefes de Governo e de Estado da UE vincou: “Não estamos cansados e estamos aqui para continuar a apoiar a Ucrânia diplomaticamente, politicamente, militarmente e financeiramente e esta é a mensagem mais importante para a Rússia”.
A UE está a finalizar a sua proposta sobre o empréstimo de reparações assente nos bens congelados do banco central da Rússia e que será usado para colmatar necessidades financeiras de Kiev e a ideia será hoje dar um mandato à Comissão Europeia para avançar com a sua proposta.
“A Rússia tem de compreender que precisa de parar efetivamente de matar civis, tem de parar de destruir instalações civis, tem de parar a guerra na Ucrânia e tem de aceitar toda a força diplomática, nomeadamente os esforços do Presidente [norte-americano, Donald] Trump para negociações de paz”, elencou António Costa.
“Agora está claro para todos que o Presidente Zelensky aceita o cessar-fogo, aceita as negociações. O que precisamos é que a Rússia também aceite e na semana passada, mais uma vez, as expectativas criadas pelo presidente Trump foram muito bem-vindas por todos, [mas] infelizmente há apenas uma pessoa [o chefe de Estado russo, Vladimir Putin] que não aceita”, afirmou ainda o antigo primeiro-ministro português.
Ao seu lado, numa participação já recorrente em Bruxelas, Volodymyr Zelensky saudou por seu lado a adoção esta manhã do 19.º pacote de sanções à Rússia, após o levantamento do bloqueio eslovaco, por ser cada vez mais difícil à Rússia financiar guerra contra a Ucrânia.
“É crucial para nós”, sublinhou o Presidente ucraniano, defendendo que a UE e também os Estado Unidos “pressionem Putin para parar esta guerra”.
Sobre a sua reunião com Donald Trump, na semana passada, em Washington, descreveu o encontro como “longo e muito importante” com um “plano a longo prazo”, relativamente ao qual espera que “a decisão seja tomada”.
Os líderes europeus vão hoje discutir as possibilidades de estabilizar o apoio à Ucrânia, nomeadamente através da utilização das maturidades dos ativos russos congelados no espaço comunitário num novo empréstimo de reparações.
A expectativa do executivo comunitário é apresentar, em novembro, uma proposta sólida para, em dezembro, receber aval dos líderes da UE e, depois, ter este mecanismo operacional em abril de 2026.
A Bélgica, país que detém a maior parte desses ativos, continua à espera de compromissos claros dos outros Estados-membros para se proteger juridicamente, enquanto outros países manifestam também dúvidas sobre a estabilidade financeira.
O montante total - de 140 mil milhões de euros - seria mobilizado para a Ucrânia em tranches e mediante condicionantes, apoio com o qual o país poderia financiar a sua indústria de defesa e as suas despesas orçamentais.
Inforpress/Lusa
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