Cidade da Praia, 22 Out (Inforpress) – O Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos, realizado na semana passada, registou resultados “positivos”, afirmou Miguel Sousa, consultor do Ministério das Comunidades e membro da Organização Internacional de Quadros.
Miguel Sousa fez estas considerações em jeito de balanço em entrevista à Inforpress, sobre o Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos, promovido pela Organização Internacional de Quadros em parceria com o Governo, de 15 a 17 de Outubro, na Cidade da Praia, sob o lema “Um diálogo entre o país e a diáspora”.
O Governo quis, através deste congresso, reforçar as relações institucionais com as comunidades emigradas, melhorar os serviços públicos destinados à diáspora e criar uma nova narrativa de compromisso e corresponsabilidade entre o Estado e os cabo-verdianos residentes no exterior.
De acordo com o consultor, o evento atendeu às expectativas iniciais, com participação em massa da diáspora e de quadros nacionais e foram estabelecidas medidas concretas para fortalecer a relação com a comunidade cabo-verdiana no exterior.
“O congresso respondeu efectivamente ao objectivo fixado, e à expectativa em matéria de atracção de quadros, de todas as áreas, com destaque para o sector da saúde, económico e empresarial de investimentos, e também para a área daquilo que nós chamamos de identidade cabo-verdiana”, realçou.
Referiu que o congresso contou com quadros multidisciplinares de cerca de 25 países, incluindo profissionais da saúde, economia e sectores culturais, estabelecendo diálogo directo com quadros nacionais, salientando que a iniciativa destacou a importância de perceber a diáspora como parceira e não concorrente.
Durante o evento, foram abordados três painéis principais, sendo que o primeiro abordou a cultura e identidade cabo-verdiana, destacando a preservação da identidade nacional junto das novas gerações e a importância da imigração circular.
O segundo painel, prosseguiu, tratou da economia e investimentos da diáspora, frisando que foram debatidos mecanismos para incluir as remessas enviadas pelos emigrantes como “bem público de base privada” e a criação de Câmaras de Comércio bilaterais, como a prevista entre França e Cabo Verde, para fortalecer a participação empresarial da diáspora.
Já o terceiro painel, precisou, focou no sector da saúde, com quadros médicos da diáspora a debater a evacuação de doentes e a necessidade de especialidades médicas em Cabo Verde, indicando que os participantes defenderam maior cooperação entre profissionais da diáspora e o Sistema Nacional de Saúde.
Miguel Sousa apontou ainda a normalização da relação entre quadros residentes e da diáspora, a eliminação de barreiras legais e constitucionais e a criação de uma lei-quadro para integrar a diáspora no desenvolvimento sustentável do país como os desafios identificados durante o encontro.
Adiantou, por outro lado, que o congresso definiu medidas concretas para implementação imediata, em parceria com o Governo, câmaras municipais, a Organização Internacional de Quadros e instituições académicas.
O consultor sublinhou ainda que a diáspora é um pilar estratégico para o desenvolvimento de Cabo Verde, pelo capital humano e financeiro, e que o país deve garantir a participação da comunidade no processo de desenvolvimento sustentável.
CM/ZS
Inforpress/Fim.
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