Cidade da Praia, 22 Out (Inforpress) – O Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos recomenda a criação de Casas e Centros Culturais de Cabo Verde no exterior para reforçar a identidade nacional e a coesão da diáspora, propondo a federalização dessas estruturas para garantir sua sustentabilidade cultural.
A recomendação saiu, de acordo com Miguel Sousa, consultor do Ministério das Comunidades, do Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos, realizado recentemente na Cidade da Praia, que destacou a cultura e a identidade como pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável e a preservação dos valores nacionais no seio das novas gerações.
Segundo o consultor que é também membro da Organização Internacional de Quadros, as futuras Casas de Cabo Verde serão espaços multifuncionais, vocacionados para a promoção da cultura, formação, integração e apoio às comunidades cabo-verdianas no exterior.
O objectivo, realçou, é transformar esses espaços em plataformas de articulação entre o Estado, a sociedade civil e a diáspora, permitindo também a dinamização de actividades culturais, educativas e económicas.
Conforme explicou, os Centros Culturais, que deverão funcionar em estreita colaboração com as embaixadas e consulados, vão acolher escolas de língua e cultura cabo-verdiana, exposições, encontros associativos, feiras e programas de intercâmbio.
Miguel Sousa adiantou que o projecto prevê que essas estruturas sejam federadas, ou seja, interligadas através de uma rede global, para garantir sustentabilidade, partilha de recursos e coerência nas políticas culturais e comunitárias.
“Pretende-se evitar iniciativas isoladas. As Casas de Cabo Verde deverão funcionar em rede, com apoio institucional e gestão participada, assegurando a sua continuidade e ligação directa às prioridades do país”, explicou o consultor.
O projecto será desenvolvido de forma faseada, com prioridade para os países com maior concentração de emigrantes cabo-verdianos, como Portugal, França, Estados Unidos, Luxemburgo, Holanda e Suíça.
Entre os próximos passos, está a criação de um grupo técnico interinstitucional, que vai definir o modelo de gestão, financiamento e enquadramento legal das Casas de Cabo Verde, articulando com associações e câmaras municipais no exterior.
Miguel Sousa explicou ainda que estas estruturas vão contribuir para preservar a identidade nacional, reforçar o sentimento de pertença e valorizar o papel das comunidades como parte integrante do desenvolvimento nacional.
“O desafio é garantir que as novas gerações cresçam com o sentimento de ser cabo-verdiano, independentemente do país onde vivam. A cultura é o elo mais forte entre Cabo Verde e a sua diáspora”, sublinhou.
CM/ZS
Inforpress/Fim
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