São Vicente: Associação Portuguesa de Literacia Mediática destaca necessidade de tornar jornalistas educadores da sociedade (c/áudio)

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São Vicente: Associação Portuguesa de Literacia Mediática destaca necessidade de tornar jornalistas educadores da sociedade (c/áudio)
09/11/25 - 10:46 am

Mindelo, 09 Nov (Inforpress) – A presidente da Associação de Literacia para os Media e Jornalismo (ALPMJ) sublinhou hoje a necessidade de “tornar os jornalistas educadores da sociedade” para se alcançar “um pensamento mais crítico e um melhor combate à desinformação”.

Sofia Branco falava a propósito do seminário sobre “Literacia para os Media e Jornalismo”, que a ALPMJ realizou na cidade do Mindelo, São Vicente, dirigido a jornalistas, professores e investigadores.

“Acreditamos que os jornalistas são as melhores pessoas para explicar o que é o jornalismo, as garantias que oferece, qual é a sua importância, o facto de ter um código ético, a responsabilidade social que assume, o dever de rectificar, de verificar e toda uma série de coisas que as redes sociais e as grandes plataformas não têm”, destacou.

Segundo a mesma fonte, é desta forma que os jornalistas podem ajudar a sociedade a fazer uma melhor gestão da avalanche de informação digital a que está sujeita diariamente.

Conforme Sofia Branco, é essa explicação que fará as pessoas perceberem a relevância que o jornalismo tem para a democracia, sobretudo no actual contexto de ameaças e desafios, em que “há uma descredibilização grande em curso da profissão de jornalista”.

“É mesmo muito importante que ajudemos as pessoas a distinguir o que é jornalismo do que não é. Capacitá-las o melhor que pudermos para conseguirem, por exemplo, uma coisa básica como distinguir notícia de opinião, que às vezes é uma confusão na cabeça de muitas pessoas”, acrescentou. 

Em Portugal, referiu a mesma fonte, a Associação Literacia para os Media já formou cerca de 500 professores e apoiou mais de 100 projectos de literacia mediática nas escolas, envolvendo cerca de oito mil alunos.

Segundo Sofia Branco, actualmente a associação já conta com uma bolsa de formadores composta por 194 jornalistas, investigadores e académicos nas áreas da comunicação e da literacia, disponíveis para responder a solicitações escolares ou de outros públicos.

E a ideia, acrescentou, é estender a bolsa de formação a Cabo Verde para também promover projectos de literacia mediática nas instituições de ensino, comunidades e associações, adequando-os às necessidades e ao contexto local.

Razão pela qual realizaram esta formação sobre literacia para os profissionais da área, professores e investigadores, pela primeira vez, na ilha de São Vicente, com perspectivas de a replicar na cidade da Praia, em Santiago.

“Conheço relativamente bem o país, formo jornalistas aqui há bastantes anos e há várias coisas que acho que são de destacar pela positiva. A capacidade crítica dos jornalistas e a autocrítica são enormes. Há um grande potencial de crescimento nesta relação dos jornalistas com o resto da sociedade”, sublinhou.

Por isso, a mesma fonte disse esperar que, depois da formação, nasçam “projectos, parcerias e vontades” para ajudar a sociedade cabo-verdiana a perceber melhor a importância do jornalismo, a olhar para os conteúdos de forma crítica e a perceber o que é ou não é desinformação.

O seminário realizado em São Vicente pela ALPMJ contou com o financiamento do projecto Iberifier Plus, do Observatório Ibérico da Desinformação e com o apoio do Centro Protocolar de Formação para Jornalistas (Cenjor), em Portugal, e da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

CD/JMV

Inforpress/Fim

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