
Cidade da Praia, 29 Out (Inforpress) – O professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), no Brasil, e doutor em Geografia Jânio Santos defendeu hoje a importância de um planeamento urbano participativo e sustentável, realçando a necessidade do envolvimento da população.
O docente falava no âmbito do ciclo de conferências “Desenvolvimento sustentável e gestão urbana integrada”, promovido pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), com o propósito de partilhar experiências e reflexões sobre os avanços e desafios do planeamento urbano no Brasil, em especial nas cidades médias e pequenas.
Segundo explicou, o objectivo é promover uma troca de conhecimentos com o contexto cabo-verdiano, destacando que os desafios enfrentados pelos dois países são semelhantes, nomeadamente nas áreas de mobilidade urbana, ambiente e habitação.
“É muito importante falar de igual para igual. Temos problemas parecidos. No caso da cidade da Praia, por exemplo, há desafios ligados à mobilidade, ao transporte coletivo e à gestão ambiental”, adiantou, reforçando ser crucial o envolvimento da população para tornar as políticas urbanas mais eficazes e próximas da realidade das pessoas.
Jânio Santos salientou que o planeamento urbano requer políticas públicas eficazes e convergência de esforços institucionais para que as ideias e projectos se traduzam em ações concretas, sendo para isso necessário o fortalecimento do diálogo entre o Governo e os cidadãos.
“O planeamento, para ser efetivado, você precisa de política. Precisa de uma convergência de esforços para que aquilo que se pensa, que se projecta, possa ser efetivado”, afirmou, destacando a questão ambiental e habitacional.
Referindo-se à experiência brasileira, Jânio Santos exemplificou o Estatuto da Cidade, aprovado em 2001, como “um marco fundamental” na promoção da gestão democrática das cidades, ao garantir a participação da sociedade e combater práticas nocivas, como a especulação imobiliária.
O professor reconheceu que Cabo Verde tem dado passos importantes na área do planeamento urbano, nomeadamente nos investimentos em sustentabilidade e planos de prevenção de desastres, mas defendeu que o desafio é transformar esses avanços em melhorias práticas e operacionais na vida da população.
“Ouvir as pessoas, elas vivem os problemas reais e não se preocupar com isso, porque são esses problemas reais que a gente traz para o plano e fazer com que esses planos, via política urbana, em médio, curto e longo prazo, sejam efetivados”, reafirmou.
LT/AA
Inforpress/Fim
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