Espargos, 01 Out (Inforpress) - A CCAD iniciou hoje, na ilha do Sal, um ciclo de sessões de informação, comunicação e sensibilização para alertar a sociedade cabo-verdiana sobre os malefícios dos produtos emergentes do tabaco e divulgar os regulamentos anti-tabaco.
A iniciativa da Comissão de Coordenação do Álcool e outras Drogas (CCAD), em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que arrancou na Escola Básica e Secundária, Olavo Moniz nos Espargos, visa proteger a saúde pública, com foco especial nos jovens e adolescentes.
Em entrevista concedida à comunicação social, o palestrante Celestino Lobo, da CCAD, sublinhou a urgência de informar a comunidade sobre a ameaça crescente desses novos produtos.
"Estamos aqui para fazer a socialização dos regulamentos sobre o tabaco, mas também para sensibilizar a população sobre o impacto do tabaco na saúde, mas especialmente o impacto de novos produtos emergentes," afirmou Lobo.
A campanha surge na sequência da implementação do Plano de Acção do Inquérito sobre o Tabagismo no Seio dos Jovens (GYTS), conduzido em 2023 pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Estatísticas, a Direção Nacional da Educação e a OMS.
O estudo revelou "dados alarmantes", segundo os quais cerca de 10% da população estudantil entre 13 e 15 anos já consome algum produto de tabaco.
Os números mostram um "certo equilíbrio no consumo" entre géneros, com 10,5% nas meninas e 11% nos rapazes.
Celestino Lobo destacou que os adolescentes são um "público bastante influenciado" pela atratividade dos novos produtos, como o cachimbo de água (narguilé), mais conhecida como shisha e a shisha eletrónica (vapes/vaporizadores).
"É necessário falar a verdade sobre o mal que está por detrás deste produto, porque, caso contrário, a indústria pode ganhar esta batalha," alertou.
A CCAD adverte que os malefícios se estendem para além do consumidor, mencionando o perigo do fumo de segunda mão e dos vapores exalados pelos produtos emergentes.
"O tabaco, ele é nocivo, para quem está a fumar e também para quem está em torno," reforçou.
A Comissão apela ao engajamento de toda a sociedade, desde o Ministério da Saúde e ONG até às igrejas e câmaras municipais. O objetivo é criar uma frente unida contra o consumo.
Celestino Lobo expressou confiança no impacto das sessões de sensibilização, como a realizada na escola Olavo Moniz, que contou com uma sala cheia de alunos.
"Acreditamos que as mensagens foram passadas, "concluiu, encorajando os estudantes a fazerem "escolhas saudáveis" e a serem "multiplicadores das mensagens".
A meta é que os jovens pratiquem a "cidadania activa", cuidando da saúde não só de si, mas de todo o seu ambiente.
NA/JMV
Inforpress/Fim
Partilhar