Sal Rei, 17 Set (Inforpress) – O ministro da Saúde manifestou-se hoje preocupado com as águas estagnadas em Sal Rei e alertou sobre o risco de reintrodução de doenças como o paludismo, a dengue e a zika, prometendo apoio para combater a situação.
Jorge Figueiredo, que se deslocou à ilha da Boa Vista para a inauguração do Centro de Saúde Reprodutiva de Sal Rei, destacou que a acumulação de água não pode ser vista como um "mal necessário", mas um risco grave que pode levar à reintrodução de doenças como o paludismo, a dengue e a zika.
Referindo-se ao facto de o país ter no turismo um dos seus principais pilares de desenvolvimento, o governando relembrou que, segundo estatísticas, a África é o continente que regista mais 90% dos casos de paludismo.
Jorge Figueiredo destacou a responsabilidade de todos, governo, autarquias, associações e, principalmente, cidadãos, na prevenção, pedindo que se evite o acúmulo de água em nos pneus e nas lixeiras.
O governante, que já foi presidente da Câmara Municipal do Sal, “ilha que é parecida a da Boa Vista”, deu como exemplo uma escavação profunda numa zona mais baixa de Santa Maria, onde instalaram uma bomba potente para escoar as águas de chuva.
O ministro demonstrou a sua disponibilidade em apoiar, tanto na procura de financiamento, como em soluções imediatas, como o preenchimento dessas áreas que acumulam água, com "terra, pedras".
Embora o presidente da Câmara Municipal, Cláudio Mendonça, concorde com a urgência da situação, o edil diverge sobre essa solução a curto prazo, destacando o desafio de transformar preocupações em ações concretas.
"O apoio é sempre bem-vindo, de quem quer que seja. Mas na Boa Vista não há drenagem de água. Nunca foi feita", afirmou Mendonça.
O autarca explicou que, ao contrário do que se possa pensar, a solução não é simples e exige um “investimento avultado“com a construção de infraestruturas de drenagem, aterro e elevação do terreno.
O autarca citou como exemplo o troço de estrada feito pela câmara para chegar até o novo Centro de Saúde Reprodutiva, que custou mais de "15 mil contos", isto para ilustrar a escala dos custos.
E defendeu que a solução definitiva exige uma ação coordenada entre a Câmara Municipal e o Estado, e que os projetos de drenagem e de rede de esgoto, embora distintos, precisam ser cuidadosamente integrados para evitar problemas futuros.
Cláudio Mendonça também fez um apelo direto aos proprietários de terrenos, pedindo-lhes que os limpem ou construam neles, já que esses lotes se tornam locais de acúmulo de água.
O presidente reforçou que a Boa Vista enfrenta um problema de fundo, que é a ausência de um sistema de drenagem de águas pluviais, que se agravou com o aumento populacional e a expansão urbana.
A resolução deste problema exige, segundo Mendonça, um “investimento avultado” em infraestruturas e um esforço conjunto para lidar com as águas estagnadas, que representam um risco real para a população.
MGL/JMV
Inforpress/Fim.
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