Porto Inglês, 16 Set (Inforpress) – A Fundação Maio Biodiversidade apelou hoje a uma “fiscalização mais eficiente” para travar a persistente apanha de tartarugas marinhas na ilha, depois de identificar um aumento de capturas entre Junho e Setembro.
Em declarações à imprensa, o coordenador do programa de preservação das tartarugas marinhas, Herval Silva, revelou que, desde o início da época de desova, já foram registados 50 casos de captura ilegal.
“Infelizmente, a apanha de tartarugas ainda persiste no Maio. Nesta temporada já registámos ocorrências em quase todas as comunidades e em Agosto o número duplicou”, alertou.
Perante esta realidade, a fundação pede um esforço conjunto na preservação da espécie e, sobretudo, um reforço da fiscalização que permita penalizar os infratores.
A diretora da Fundação Maio Biodiversidade, Janette Agues, defendeu maior empenho das autoridades competentes no cumprimento da lei que proíbe a apanha e o consumo de tartarugas, sublinhando que a sensibilização deve caminhar lado a lado com a responsabilização.
“Precisamos de mais fiscalização e de aplicação da lei. A fundação não tem competência para sancionar, por isso cabe às autoridades agir e levar a tribunal quem comete este crime ambiental”, frisou.
Apesar dos casos que preocupam a instituição, a época de desova de 2025 tem também sinais positivos, com a identificação de quase oito mil ninhos e o resgate de 34 tartarugas até 2 de Setembro.
Actualmente, cerca de 100 pessoas estão mobilizadas em toda a ilha em ações de preservação da espécie, incluindo técnicos, monitores, voluntários e membros das comunidades locais.
Em 2024, foram registados cerca de 18 mil ninhos no Maio, posicionando a ilha entre as cinco maiores colónias de desova da tartaruga-cabeçuda no mundo e como a terceira a nível nacional.
Considerada um ponto estratégico para a conservação, a ilha tem ganho relevância também pelos recentes registos de novas espécies nidificantes, reforçando o seu estatuto de Reserva da Biosfera.
A temporada de 2025 encerra no final de Setembro e está orçada em 9 mil contos.
RL/JMV
Inforpress/Fim
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