Cidade da Praia, 04 Set (Inforpress) - O presidente do conselho de administração da EPEC, Luís Teixeira, asseverou hoje que a empresa deseja um sistema eléctrico em Santiago com alguma estabilidade, sem cortes nem blackouts, mas também sem roubo de energia e ligações clandestinas.
“A Empresa de Produção de Electicidade de Cabo Verde (EPEC) quer um sistema eléctrico com alguma estabilidade, mas essa questão de ligação clandestina também tem que fazer parte da solução. Temos que acabar com as ligações clandestinas, que juntando à questão das chuvas, além de prejudicar o sistema eléctrico, torna-o mais perigoso”, acautelou.
Luís Teixeira fez essas declarações em conferência de imprensa para partilhar informações operacionais sobre as últimas ocorrências no sistema eléctrico em Santiago, cujos grupos se encontram em manutenção desde Junho, e a previsão era para terminar em meados de Agosto.
“Temos que ter um sistema sem roubo de energia. Estamos a fazer de tudo para ter um sistema eléctrico com alguma estabilidade. Queremos um país perfeito, sem cortes, sem blackouts, mas também tem que ser um país sem roubo de energia. Este é o apelo que faço. Há que haver um trabalho pedagógico e consciencialização das pessoas. Sozinhos não conseguimos, precisamos do apoio de todos”, exteriorizou.
A mesma fonte, para quem as perdas eléctricas são um fenómeno que preocupa sobremaneira, exemplificou que, neste momento, a nível nacional regista-se cerca de 21 por cento (%) de perdas, na ilha de Santiago 31%, e Praia mais de 36% de perdas, sendo que grande parte dessas perdas se deve ao roubo de energia.
“Temos bairros com 80% de roubo de energia, mas neste bairro temos 20% de clientes. Enquanto empresa, não podemos deixar de dar energia a esse bairro por causa dos 80%, sabendo que estamos a dar também energia a pessoas que têm ligações clandestinas. Sem ligações clandestinas, a nossa ponta seria 26 mega”, calculou.
“É uma guerra que sozinhos não vamos ganhar”, admitiu Luís Teixeira, apontando que para tentar driblar a situação, a EPEC está a apostar nos contadores inteligentes, contadores pré-pagos para reduzir a dívida, mas também para controlar o consumo racional das pessoas”, precisou.
Comentou, por outro lado, que a via do tribunal para resolver ou pôr cobro à problemática “não é a melhor”, já que estas instâncias têm outras preocupações a nível de crimes, pelo que, a empresa, conforme disse, tem experimentado a via de negociação, mas as pessoas não querem pagar.
“O roubo agora não tem nada a ver com o rendimento das pessoas. Quando você tem pessoas da classe média, empresas que dão lucros a não pagar ou a ir pela via do furto e fraude de energia… está tudo dito”, finalizou.
SC/ZS
Inforpress/Fim
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