Praia: Abandono e paralisação do projecto Campo Marconi em Achada António revolta moradores (c/vídeo)

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Praia: Abandono e paralisação do projecto Campo Marconi em Achada António revolta moradores (c/vídeo)
09/07/25 - 04:00 am

*** Por Djamila Gomes, da Agência de Notícias Inforpress***

Cidade da Praia, 09 Jul (Inforpress) - Os moradores de Achada António, na Praia, estão revoltados com o “total abandono e o silêncio” das autoridades em relação ao Campo Marconi que vem constituindo uma “forte ameaça” à segurança e à saúde pública.

Durante uma visita ao local, a Inforpress constatou o estado geral de abandono que se encontra este espaço há mais de uma década e objeto de controvérsias devido a problemas de gestão urbana e alegadas irregularidades na sua alienação a uma empresa.

Moradores ouvidos pela Agência Inforpress mostraram-se profundamente “revoltados e indignados” com o “silêncio das autoridades” e o estado de degradação do local que caracterizam como sendo uma autêntica “lixeira a céu aberto”.

O antigo futebolista Joaquim Rodrigues, mais conhecido por “Djack”, considera “grave” o estado em que se encontra o Campo de Marconi, “14 anos parado, sem ser feito nada, uma lixeira”.

Considera inadmissível que as autoridades municipais e centrais continuem a ignorar e a não fazer nada, ano após anos. Também entende que poderia ser aproveitado para construção de um polidesportivo que ajudaria os jovens a ocuparem os seus tempos livres e a sair de delinquências.

Por sua vez, Lúcia Pires, considera a situação um atentado à saúde pública.

” As pessoas entram no local e fazem as suas necessidades fisiológicas à luz do dia. O cheiro nauseabundo incomoda a todos que por aqui vivem e circulam”, criticou.

Acrescenta ainda que a iluminação no local é precária, constituindo um perigo para a segurança das pessoas que por ali circulam. 

“As pessoas têm medo de circular à noite neste local”, desabafa.

A moradora disse que tem procurado a Câmara Municipal da Praia (CMP) no sentido de a autarquia tomar alguma medida, mas sem sucesso.

Entende também que como está não pode ficar. 

” O projecto inicial deve ser retomado, o espaço caso contrário deverá ser devolvido ao município”, argumentou. 

O jovem Léo dos Santos contou que o espaço era um local onde a maioria dos jovens tchadenses e dos bairros próximos praticavam o futebol, mas que de repente vedaram o espaço para edificar um polivalente e que até agora não fizeram nada, sendo utilizado continuamente para deitar os lixos. 

Sugeriu que se deveria aproveitar o espaço para reabilitar e construir alguma estrutura que beneficiasse os jovens.

Para o presidente da Associação Kelém, Gerson Pereira, esta é uma situação “lamentável, vergonhosa e uma falta de respeito” para com a população de Achada Santo António, o bairro mais populoso da capital, que já perdura há mais de uma década. 

“Tem sido um espaço utilizado para depositar lixo e para fazer necessidades fisiológicas. Já fizemos uma campanha neste local, no ano passado, e recolhemos muito lixo. É preciso uma intervenção urgente das autoridades sanitárias, da CMP, sobretudo, nesta época de muito calor e aproximação das chuvas”, apelou.

Afirmou que neste momento, Achada Santo António dispõe de um único campo para a prática desportiva, o campo de Sucupira. 

Lembrou que o bairro já foi referência na capital a nível de talentos desportivos, mas que hoje já não acontece por “falta de oportunidades e de infraestruturas desportivas”. 

O dirigente associativo afirmou terem já reunido com o actual presidente da Câmara Municipal da Praia, mas este não conseguiu explicar de uma forma clara a real situação do Campo de Marconi.

Anunciou que brevemente vão organizar uma manifestação, convocando todas as forças vivas do bairro, moradores, desportistas, associações, para manifestar o seu descontentamento com esta situação e chamar a atenção das autoridades. 

Defende que ali poderia ser construído um pavilhão desportivo e um edifício multiuso, que muito serviria à toda população praiense. 

A Inforpress tentou, sem sucesso, contactar a autarquia.

DG/JMV

Inforpress/Fim

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