São Vicente: Investigadora brasileira exorta jornalistas a combaterem a `fake news´ com seriedade e ética

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São Vicente: Investigadora brasileira exorta jornalistas a combaterem a `fake news´ com seriedade e ética
08/07/25 - 08:47 pm

Mindelo, 08 Jul (Inforpress) – A investigadora brasileira Marialva Rodrigues aconselhou hoje, no Mindelo, os jornalistas a combaterem as notícias falsas, `fake news´ em inglês, fazendo um trabalho de seriedade e procurando divulgar factos que são pautados pela  ética jornalística.

A professora catedrática deixou o conselho ao ministrar a um grupo de jornalistas e estudantes de jornalismo uma conferência intitulada "Tempo de Jornalismos: O Século XXI, Tempo/Templo das Fake News", na Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Artes da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV/FCSHA), no Mindelo.

Neste momento, assegurou a mesma fonte, a verdade “não tem mais valor” e só interessa aquilo que a pessoa acredita.

“O que eu acredito se torna automaticamente verdade. Então isso é muito fácil, disseminam-se `fake news´, que é errado, porque se é news não pode ser fake, mas disseminam-se o que a gente chama de notícias falsas, a desinformação, como uma forma de uma outra construção da verdade nos tempos contemporâneos”, explicou.

Uma forma de agir, acrescentou, que tem trazido “consequências danosas e daninhas” para a política, para o Estado democrático de direito de uma forma geral.

Questionada sobre como o jornalismo pode combater esse fenómeno, Marialva Barbosa assegurou ser através de seriedade no trabalho e sempre pautado pela ética, “sem divulgar mentiras que podem colocar em risco uma sociedade ou mesmo um cidadão comum".

“O jornalismo tem essa responsabilidade social, faz parte da missão do jornalismo, então na actividade jornalística está embutido já o combate às `fake news´. É próprio do ser jornalista”, sublinhou.

Marialva Barbosa encontra-se em Cabo Verde no quadro do seu projecto “Comunicação: Fome uma ponte para a África”, financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia do Brasil, e que envolve 14 instituições brasileiras e africanas, de Cabo Verde, Moçambique e Nigéria.

O objectivo do projecto, conforme a professora, é perceber como as pessoas comuns pensam o mundo de hoje e, sobretudo, dá a conhecer a África ao Brasil, que, asseverou, “não sabe absolutamente nada do que pensa os africanos. 

“Há um desconhecimento total, um silêncio total sobre esse continente tão importante quanto a África, que é a nossa essência”, considerou Marialva Barbosa.

No caso de Cabo Verde, importa conhecer ainda mais, porque, afiançou, “não existiu nenhum dos quatro milhões de escravizados que foram para o Brasil durante três séculos que não tivesse passado pelo arquipélago".

Daí, a razão de ter realizado o documentário “Cabo Verde, o Outro Nome da Esperança”. 

Marialva Barbosa é professora, no Brasil, e autora de mais de 20 obras e pelas suas mãos passaram vários dos quadros do jornalismo cabo-verdiano.

LN/JMV

Inforpress/Fim

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