ARME aponta perdas de água elevadas como “o grande desafio” das entidades gestoras

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ARME aponta perdas de água elevadas como “o grande desafio” das entidades gestoras
12/06/25 - 03:20 pm

Cidade da Praia, 12 Jun (Inforpress) – O administrador da Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) afirmou hoje que o relatório RASAS-CV 2023 indica que perdas de água no país continuam ainda elevadas e constituem “o grande desafio” das entidades gestoras, apesar de algumas melhorias.

Carlos Santos, que falava aos jornalistas após o workshop de apresentação pública do Relatório Anual dos Serviços de Água e Saneamento 2023 (RASAS-CV 2023), afirmou que é preciso ser feito “muito trabalho” neste sector para redução dessas perdas.

Sublinhou que este trabalho deve ser feito não só pela entidade reguladora, mas também pelos gestores e políticas públicas direcionadas para este sector, para vencer esse desafio, que, segundo Carlos Ramos, tem um impacto económico “muito forte” no desempenho financeiro das entidades gestoras.

Em relação ao acesso à água considerou que este indicador está, de certa forma, “bem representado” neste relatório.

Segundo o RASAS 2023, a maioria dos indicadores de qualidade do serviço prestado aos utilizadores teve avaliações insatisfatórias, evidenciando que a qualidade dos serviços de abastecimento de água e saneamento de águas residuais prestados pelas entidades gestoras carece de investimentos e de melhorias a vários níveis.

Neste quesito, Carlos Ramos disse que agora com a empresarialização de todas as entidades dos serviços autónomos, com empresas a fazer a sua própria gestão dos serviços de águas nas diferentes ilhas, acredita que o resultado deste indicador vai ser melhorado nos próximos relatórios.

O administrador da ARME destacou a importância deste instrumento para entidades e sociedade civil, considerando que o mesmo permite às entidades gestoras terem um maior conhecimento sobre o estado e a evolução deste sector, com informações necessárias para produzirem melhores indicadores, com base em dados fiáveis e sistematizados relativos aos serviços prestados.

Para os consumidores destacou que este instrumento permite informações sobre a qualidade de água que consomem e também da qualidade de serviço que é prestado pelas entidades gestoras.

A nível do Governo indicou que o RASAS 2023 pode ser útil para colher informações e indicadores que permitam trabalhar as políticas públicas no sentido de melhorar o sector da água em Cabo Verde.

Quanto ao preço da água, admitiu que o preço é alto, mas explicou que grande parte da água produzida em Cabo Verde é pela dessalinização, que utiliza “intensivamente a energia eléctrica” para a sua produção, custo que é refletido nas tarifas.

Para ajudar a diminuir os preços do serviço de água no país a longo prazo, disse que é preciso reduzir as perdas e apostar mais nas energias renováveis, porque, conforme explicou, quanto mais energias renováveis o país tiver mais dependentes este arquipélago fica energeticamente de ter água um preço mais acessível.

Disse esperar que em 2024 o relatório aponte para uma “melhoria significativa” na prestação de serviços da qualidade da água.

Por sua vez, o ponto focal deste projecto da ARME, Ariana Cabral, realçou que para melhorar a qualidade de serviços prestados há necessidade urgente de se analisar com maior profundidade cada um desses indicadores e traçar estratégias adequadas para a melhoria e sustentabilidade desses serviços.

Ariana Cabral realçou que é preciso juntar esforços conjuntos de várias entidades intervenientes neste sector de água e saneamento para melhorar este serviço no país.

Com foco, precisou, na continuidade de abastecimento 24 horas, no trabalho na ocorrência de avarias, na qualidade de água para o consumo humano, no combate às perdas e energia para a produção de água, entre outras recomendações para melhoria.

Este relatório foi elaborado pelas entidades reguladoras do sector da água e saneamento em Cabo Verde, a ANAS e a ARME.

O objectivo foi apresentar informações relevantes sobre o setor da água e saneamento em várias vertentes no país, garantindo assim, o acesso ao direito fundamental de informação que assiste a todos os utilizadores dos serviços regulados e à sociedade em geral.

DG/AA

Inforpress/Fim

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