Cidade da Praia, 12 Jun (Inforpress) – O presidente da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvimento (ADAD), Januário Nascimento, alertou hoje, na cidade da Praia, para a falta de capacitação técnica das organizações não-governamentais (ONG) cabo-verdianas, nos processos de acessos ao financiamento.
“O grande problema das ONG em Cabo Verde e das associações de base, fundamentalmente, é a falta de capacitação. Não estão preparadas, tecnicamente, para elaborar projectos e, logo, para mobilizar os recursos”, declarou.
O alerta foi feito à margem do fórum de Mobilização de Recursos para a Recuperação de Ecossistemas, que reuniu representantes do Governo, das organizações da sociedade civil e de parceiros internacionais para discutir mecanismos de recuperação de ecossistemas e financiamento climático.
Segundo explicou, esse défice de capacitação técnica coloca Cabo Verde em desvantagem em relação a países vizinhos como Senegal que, atestou, têm uma estratégia “muito clara de divulgação de recursos e de mobilização de recursos”.
Em contrapartida, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Mirian Vieira, reconheceu os desafios apontados, mas garantiu que o Governo tem estado a trabalhar com os seus parceiros para fortalecer a capacidade das organizações da sociedade civil.
“A questão ambiental é uma questão prioritária para Cabo Verde (…) o Governo tem estado a implementar políticas em prol de um ambiente mais sustentável, dos desafios que nós temos em termos de acesso ao financiamento para garantir a sustentabilidade ambiental”, garantiu.
“Temos aqui todos os ‘stakeholders’, as instituições nacionais, as ONG e a sociedade civil, para juntos debater de que forma é que poderemos potenciar mais a sinergia entre nós, entre as diferentes instituições, e ver formas de termos um acesso ao financiamento para fazer face às alterações climáticas”, acrescentou.
A secretária de Estado sublinhou ainda que há projectos concretos em curso e resultados visíveis no terreno.
Relativamente às queimadas nas zonas agrícolas, o presidente da ADAD defendeu a necessidade de trabalhar melhor as campanhas de sensibilização.
“As queimadas constituem um problema, mas eu sei que é uma questão cultural que deve ser bem trabalhada, bem estudada e que deve haver campanhas de sensibilização”, apelou, defendendo que estas acções devem ser iniciadas com maior antecedência e envolver instituições como o Ministério da Agricultura, as ONG e associações locais.
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Inforpress/Fim
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