"A Menina dos Pés Descalços" de Jéssica Fortes lançado na ilha do Sal para unir diáspora às raízes cabo-verdianas

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"A Menina dos Pés Descalços" de Jéssica Fortes lançado na ilha do Sal para unir diáspora às raízes cabo-verdianas
11/10/25 - 11:30 am

Espargos, 11 Out (Inforpress) - A escritora Jéssica Fortes lançou, esta sexta-feira, no Salão Nobre da Câmara Municipal do Sal, o livro infantojuvenil “A Menina dos Pés Descalços”, uma obra que celebra as raízes cabo-verdianas.

A obra, apresentada pelo também escritor Júlio Rendall, marca o regresso da autora às suas raízes para partilhar histórias inspiradas na ilha do Sal.

Em entrevista, Jéssica Fortes detalhou que a ideia para o livro surgiu de uma necessidade apontada por uma amiga por um livro infanto-juvenil.

A partir desse ponto, Fortes mergulhou em pesquisas, conversas com os mais velhos e, fundamentalmente, nas lembranças das suas férias passadas em Cabo Verde.

O livro, cuja versão original é em italiano, transporta para o papel histórias que, embora baseadas na sua imaginação, são “profundamente enraizadas” na infância vivida durante os verões na ilha do Sal.

A obra, que a autora sublinhou ser uma trilogia, é um esforço para honrar e divulgar a cultura cabo-verdiana junto do público jovem, funcionando como uma ponte literária entre a diáspora e a ilha do Sal.

O título da obra e a própria protagonista, Julinha, que adora andar descalça, são, inclusive, uma homenagem à “diva dos pés descalços”, Cesária Évora, mostrando o apego da autora à cultura e às figuras emblemáticas de Cabo Verde.

O apresentador Júlio Rendall destacou o valor da obra não apenas para o público-alvo, infantil e juvenil, mas para todas as idades, descrevendo-o como um livro de contos que “traz ao conhecimento do leitor o Sal de outrora”.

Rendall frisou o modo como o livro retrata a forma como as crianças e jovens de antigamente “se relacionavam com as pessoas, com o ambiente, com os animais”.

Um dos contos destacados pelo apresentador é a aventura de três crianças na Terra Boa, um “lugar carismático da ilha do Sal”, onde descobrem um tesouro, e que é repartido para toda a população da ilha, mostrando que “há um espírito não só de camaradagem entre esses três jovens, mas também o altruísmo”.

O apresentador vê na obra um “vasto potencial” para além da literatura.

Sugeriu que, devido à estrutura dos contos curtos, o livro “poderá ser adaptado para peças de teatro feitas na escola e mesmo filmes de animação, para as crianças e jovens,” ajudando a juventude a conhecer o Sal, que hoje está transformado.

NA/ZS

Inforpress/Fim

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