UNTC-CS e Sindesp ameaçam greve no Instituto do Desporto e Juventude por violações laborais

Cidade da Praia, 06 Nov (Inforpress) - A UNTC-CS e o Sindesp ameaçaram hoje, na Praia, convocar uma greve no Instituto do Desporto e Juventude (IDJ) se, em uma semana, não for criada a comissão para discutir o PCFR, denunciando violações laborais e precariedade.

A denúncia foi feita esta tarde pela União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde - Central Sindical (UNTC-CS) e o Sindicato dos Trabalhadores do Desporto (Sindesp), tendo ameaçado avançar para uma paralisação do Instituto do Desporto e Juventude (IDJ), caso não seja criada, no prazo de uma semana, a comissão para discutir o Plano de Cargos, Funções e Remunerações (PCFR).

Em conferência de imprensa, a secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, voltou a denunciar uma série de irregularidades no IDJ, incluindo casos de assédio e perseguição no local de trabalho, ausência de pagamento de horas extraordinárias, subsídios nocturnos e de turno, reduções salariais injustificadas e enquadramentos profissionais incorrectos.

Segundo a dirigente sindical, os trabalhadores aguardam há quase quatro anos pela progressão e promoção na carreira, sem qualquer resposta da administração.

Há também situações de precariedade injustificada, com trabalhadores nomeados para funções específicas que, após a reestruturação, foram reclassificados como precários, acrescentaram.

Os sindicatos apontaram ainda casos considerados “inadmissíveis”, como o de trabalhadores em comissão de serviço que constam indevidamente nas listas de precários do IDJ, entre eles a directora de comunicação da instituição, em funções há menos de um ano.

Joaquina Almeida denunciou igualmente a “degradação” do centro de medicina desportiva, onde, segundo afirmaram, faltam materiais básicos, obrigando fisioterapeutas e outros profissionais a utilizarem os próprios equipamentos para atender atletas.

“Tudo isto demonstra a profunda incompetência e o desrespeito deste conselho de administração, na pessoa do PCA, José Eduardo dos Santos”, criticou.

A criação da comissão para análise e discussão do PCFR foi acordada numa reunião de mediação realizada há cerca de 15 a 20 dias na Direcção-Geral do Trabalho, mas, segundo a secretária da UNTC-CS, o IDJ “não compareceu na última reunião nem tomou qualquer medida para a concretização do compromisso”.

Face a este impasse, os trabalhadores decidiram conceder um prazo de uma semana para a criação da comissão, advertindo que, caso não haja resposta, “avançarão para outras formas de luta, incluindo a paralisação total das actividades, dentro dos limites legais”.

Joaquina Almeida lembrou ainda que, no próximo domingo, 9 de Novembro, assinala-se o Dia do Desporto Nacional Cabo-verdiano, mas considerou que os trabalhadores do IDJ “não têm motivos para celebrar”.

“Pelo contrário, encontram-se de luto face às constantes violações dos seus direitos laborais. Por justiça, respeito e dignidade no trabalho, basta de impunidade e desigualdade no IDJ”, concluiu Joaquina Almeida.

TC/ZS

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