Unir e Resgatar a UNTC-CS defende que 1.º de Maio deve ser reservado para luta sindical

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Unir e Resgatar a UNTC-CS defende que 1.º de Maio deve ser reservado para luta sindical
30/04/25 - 03:33 pm

Cidade da Praia, 30 Abr (Inforpress) – O coordenador da Plataforma Sindical Unir e Resgatar a UNTC-CS defendeu hoje, vésperas do 1.º de Maio, que esta data que celebra o Dia Internacional do Trabalhador, deve ser reservada para a luta sindical.

“Estamos nas vésperas de mais um 1.º de Maio, infelizmente, vai ser marcado com poucas acções sindicais de rua e devia ser ao contrário”, lamentou Eliseu Tavares, para quem a data está “capturada” pelas entidades empregadoras que neste dia promovem convívio com os trabalhadores.

A seu ver, estas acções não têm sido realizadas porque o próprio trabalhador cabo-verdiano ainda não reconheceu o valor essencial do 01 de Maio.

Tendo os sindicatos tomado consciência disso, lembrou que os mesmos têm trabalhado na tentativa de resgatar as actividades de rua neste dia, que, segundo lembrou, tem acontecido com alguma fragilidade em termos de participação.

“Nós chegamos à conclusão que os sindicatos devem promover mais sensibilização junto dos dirigentes para conhecerem o real valor do 1.º de Maio, reconhecer a luta desenvolvida por trabalhadores desde os anos 1950, na altura, com sangue, suor e vida, para que hoje tivéssemos melhores condições laborais”, revelou.

Defendeu que, mesmo em contextos de boas condições laborais, o 1.º de Maio deve ser sempre assinalado com acções públicas de rua, como passeatas, caminhadas e manifestações.

“Nem que seja para homenagear e reconhecer a luta dos que vieram antes, em prol da melhoria das condições de trabalho”, assinalou.

Para Eliseu Tavares, casos como os que têm acontecido em São Vicente, é que felizmente têm marcado o 1.º de Maio com acções de rua muito fortes.

A Plataforma Sindical "Unir e Resgatar a UNTC-CS" criticou a postura das centrais sindicais defendendo que deveriam liderar as mobilizações e convidar toda a sociedade para a luta, mas que “infelizmente não estão à altura”.

E alertou para o risco de novos cortes nos direitos laborais, no quadro da revisão em curso do Código Laboral de Cabo Verde.

“Infelizmente, as últimas alterações ao Código Laboral traduziram-se, em grande medida, na redução de direitos dos trabalhadores”, afirmou, sublinhando que as informações sobre a nova revisão apontam novamente para possíveis perdas.

Entretanto, acredita que o processo também pode representar uma oportunidade para reforçar garantias laborais.

“Há um direito que nós pensamos que precisa ser melhorado, que é o direito ao exercício da actividade sindical por tempo inteiro, por parte dos sindicalistas que são eleitos”, exemplificou.

Concluiu, apelando às centrais sindicais para que sejam mais firmes na defesa dos direitos dos trabalhadores, e aos trabalhadores que consciencializem, que durante o ano terão várias possibilidades de convívio de trabalho porque o 1.º de Maio “deve ser reservado para luta sindical”.

ET/ZS

Inforpress/Fim

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