
Cidade da Praia, 30 Out (Inforpress) – O representante residente da Unicef, David Matern, enalteceu hoje a “forte liderança” do Governo cabo-verdiano nos sectores da justiça, saúde, educação e inclusão social na busca de soluções contra práticas como a Mutilação Genital Feminina (MGF).
David Matern fez essas considerações em declarações à imprensa quando falava das recomendações do workshop “Diálogo estratégico intersectorial sobre Mutilação Genital Feminina”, que decorreu na cidade da Praia, onde sublinhou a importância do trabalho em equipa na busca de soluções e na prevenção futuras de casos de MGF.
“É muito, muito importante aprender as lições de outros países. Era fundamental ter aqui a presença de hospitais da Guiné-Bissau, mas também a experiência de países como Portugal, que está praticamente na mesma situação que Cabo Verde, enquanto país que recebe comunidades que trazem os seus costumes, incluindo a mutilação genital feminina”, referiu.
David Matern garantiu que, após o diálogo estratégico, o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)têm uma “base excelente” para continuar a apoiar Cabo Verde na busca de soluções.
“Vamos continuar a trazer o nosso ‘know-how’ técnico, mas também continuar a mobilizar recursos, por exemplo fundos da Deloitte Foundation em Luxemburgo, uma instituição filantrópica que apoia Cabo Verde na luta contra a mutilação genital feminina”, prometeu.
O representante residente da Unicef alertou que a continuidade do investimento é fundamental em três pilares: educação, para sensibilizar as comunidades; saúde, para garantir apoio e tratamento às sobreviventes; e justiça, para assegurar soluções em casos de violação dos direitos das mulheres.
Segundo David Matern, o país possui uma base forte para promover acções concretas através do engajamento e vontade política, sendo essencial o investimento na sensibilização através do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) e das escolas, bem como o trabalho com as associações de migrantes e líderes religiosos.
Durante três dias, vários serviços ligados à violência baseada no género debateram a MGF e delinearam soluções para as autoridades cabo-verdianas implementarem.
PC/CP
Inforpress/Fim
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