Cidade da Praia, 22 Set (Inforpress) – O reitor da Universidade de Cabo Verde(Uni-CV) manifestou hoje orgulho pela consolidação do curso de medicina no país, que em 10 anos já formou 17 médicos, dos quais dez actuam no sistema nacional de saúde.
Arlindo Barreto falava na abertura do III Fórum Nacional de Educação Médica que acontece durante dois dias na Uni-CV, para reflectir sobre as conquistas, analisar os desafios actuais e traçar o futuro da formação de profissionais de saúde no país.
O reitor lembrou que em 2015, quando a Universidade de Cabo Verde em parceria com a Universidade de Coimbra deu início ao primeiro curso de medicina no país, foi necessário superar dúvidas, polêmicas e até a descrença.
“Questionava-se a viabilidade do projecto, a sustentabilidade da formação, a disponibilidade de docentes especializados e o reconhecimento internacional dos diplomas. Apesar dessas resistências, Cabo Verde ousou acreditar”, disse.
Hoje, 10 anos depois, assegurou que o curso de medicina no país é uma realidade consolidada e com resultados concretos.
“A Universidade de Cabo Verde colocou à disposição do país a primeira leva de profissionais constituída de 17 médicos, 10 dos quais, segundo dados fornecidos, exercem em Cabo Verde, integrando hoje o Serviço Nacional de Saúde”, regozijou-se.
Na ocasião realçou o “importante” papel da Universidade de Coimbra através da Faculdade de Medicina pela parceria neste curso bem como a todos os parceiros que têm trabalhado de "forma incansável para que este curso tivesse o sucesso que tem tido".
Não obstante o sucesso da implementação deste curso, apontou alguns desafios que persistem, como a “insuficiente” oferta de especializações médicas no território nacional, o reconhecimento internacional do diploma, a necessidade de maior investimento em investigação médica, inovação e telemedicina.
“Olhando para o futuro, precisamos ser audazes, apostar na consolidação de parcerias internacionais estratégicas que garantam qualidade e credibilidade à nossa formação médica, reforçar a ligação entre universidades, sistemas de saúde e comunidades para que a formação responda de forma prática às necessidades do país”, considerou.
Edmilson Vaz, médico formado em 2022, conta que a maior dificuldade foi a integração no mercado de trabalho porque era uma novidade.
“Ou seja, ter acesso a colocação num emprego. Porque para todos os colegas não foi igual, alguns tiveram mais dificuldades para aceder a um emprego, mas em termos de desempenho na prática foi tudo normal”, explicou.
O curso de Medicina da Uni-CV, lançado em 2015 em parceria com a Universidade de Coimbra, foi concebido para formar médicos capazes de atender às necessidades específicas do sistema de saúde cabo-verdiano.
ET/ZS
Inforpress/Fim
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