UFOA: Ministro defende maior cooperação para garantir financiamento justo no futebol africano

Cidade da Praia, 13 Set (Inforpress)- O ministro adjunto do primeiro-ministro para a Juventude e Desporto, Carlos Monteiro, defendeu hoje a necessidade de maior cooperação entre FIFA, CAF, Governos e federações para garantir um sistema de financiamento mais justo e equitativo no futebol africano.

Carlos Monteiro falava na abertura da 14.ª Assembleia-Geral da União das Federações Oeste-Africanas de Futebol (UFOA), que decorre hoje, na Cidade da Praia e conta com a presença dos presidentes e secretários-gerais das federações-membro: Mali, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Cabo Verde, Serra Leoa e Libéria.

"Nós devemos trabalhar todos em conjunto FIFA, CAF, a sub-região, as federações, os Governos para percebermos como é que podemos continuamente melhorar os nossos mecanismos de financiamento (….) para que seja cada vez mais equitativo e justo tanto para as grandes nações como para os estados também digamos que mais pequenos, sobretudo a nível de acesso a recursos financeiros”, apontou.

O governante destacou que, num contexto mundial marcado por incertezas e limitações financeiras, os Estados enfrentam dificuldades em alocar recursos para áreas como cultura, desporto e indústrias criativas, pelo que se impõe o reforço do trabalho conjunto.

Entre os desafios, apontou que as infra-estruturas continuam a ser apontadas como uma das maiores fragilidades do continente, e a capacitação do capital humano, assume uma relevância decisiva para o futuro do desporto africano.

Monteiro sublinhou que a UFOA deve continuar a investir na mobilização de recursos e na promoção de competições regionais, fundamentais para países com menos recursos, como Cabo Verde.

Como exemplo, apontou o impacto positivo das competições femininas organizadas pela UFOA, que têm contribuído para a evolução da selecção nacional feminina, actualmente a disputar o acesso à sua primeira participação numa Taça das Nações Africanas.

Outro ponto considerado essencial pelo ministro foi a aposta na capacitação do capital humano africano, desde dirigentes, treinadores e jogadores, até à criação de condições para que profissionais africanos marquem presença nos grandes palcos do futebol mundial.

Monteiro reforçou ainda o papel dos Governos na consolidação do desporto, garantindo suporte institucional e defendendo o investimento público como factor decisivo para o sucesso da organização desportiva.

Enalteceu a credibilidade de Cabo Verde como país anfitrião, lembrando que esta é já a terceira vez que acolhe a assembleia-geral da UFOA, o que demonstra a confiança na capacidade organizativa nacional e na parceria sólida entre o Governo, a Federação Cabo-verdiana de Futebol e a organização sub-regional.

Por seu turno, o presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, destacou a importância do encontro para o país, apontando que o financiamento continua a ser o principal desafio do futebol africano, sobretudo ao nível das selecções nacionais, que representam um “peso significativo” no orçamento das federações.

Afirmou que o encontro vai servir para apreciar e deliberar sobre os instrumentos de gestão, o plano de actividades e o orçamento, além de analisar e aprovar as contas da organização.

Mário Semedo explicou, que estava igualmente previsto discutir a alteração dos estatutos, mas terá de ser adiada, na medida em que a Confederação Africana de Futebol (CAF) recomendou que tal processo só aconteça após a conclusão da revisão estatutária que está a ser feita ao nível continental.

Sublinhou que o país acolhe pela terceira vez, em pouco tempo, uma reunião da União das Federações Oeste-Africanas de Futebol (UFOA), o que, no seu entender, demonstra a credibilidade do arquipélago e a garantia de boa organização e hospitalidade.

AV/ZS

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