UCID propõe auditoria independente e plano de recuperação energética para enfrentar crise no sector (c/áudio)

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UCID propõe auditoria independente e plano de recuperação energética para enfrentar crise no sector (c/áudio)
10/10/25 - 02:50 pm

Cidade da Praia, 10 Out (Inforpress) – A UCID defendeu hoje uma auditoria técnica e financeira independente e a criação de um plano de recuperação energético para a ilha de Santiago, como medidas prioritárias para enfrentar a crise de fornecimento eléctrico.

Em conferência de imprensa na sede do partido na cidade da Praia, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Santos Luís, defendeu uma abordagem “técnica, transparente e com foco na eficiência” para resolver o problema energético e os seus efeitos sobre o abastecimento de água e o saneamento básico.

João Santos Luís realçou medidas centradas em três eixos como a realização de uma auditoria técnica e financeira à empresa fornecedora de energia com foco na gestão e manutenção, a reavaliação da decisão de fragmentar a empresa.

Defendeu ainda um plano de recuperação energético para Santiago, com metas claras e fiscalização política promovendo fontes renováveis e descentralizadas.

A nível da água, disse ser necessária a implementação de um plano de emergência para garantir o abastecimento de água potável, reforçando o armazenamento e a eficiência da rede, bem como a criação de parcerias público-privadas sustentáveis com cláusulas de responsabilidade social.

Quanto ao sector do saneamento, a UCID propôs a reestruturação do sistema municipal de gestão de resíduos, modernização da recolha e eliminação progressiva das lixeiras a céu aberto.

Recomendou, igualmente, a criação de uma entidade reguladora específica para o sector do saneamento e resíduos e a implementação de um plano nacional de educação ambiental e reciclagem, com envolvimento das comunidades locais.

Segundo João Santos Luís, a situação energética e ambiental da Praia e de Santiago exige “acções estruturadas e não medidas avulsas”, lembrando que os apagões têm provocado “graves prejuízos à economia, à saúde pública e à qualidade de vida da população”.

“O país não pode continuar a pagar o preço da má governação. É tempo de corrigir o rumo e é tempo de colocar as pessoas em primeiro lugar”, advertiu, salientando que a actual situação reflecte as más decisões e a ausência de planeamento e uma cultura de gestão.

A UCID recordou que desde 2024, um terço da potência instalada em Santiago era inoperacional e que a principal causa apontada teria sido a ausência de manutenção adequada dos equipamentos de energia.

Alertou que ao invés de investir na manutenção e modernização da capacidade de produção, o Governo resolveu fragmentar a empresa em quatro unidades, EPEC, EDEC, ONSEC e Electra, uma medida que considerou “sem fundamento técnico, racional e económico”.

Disse que perante os apagões que têm causado danos a equipamentos, perdas de stock e interrupções em serviços essenciais, a resposta apresentada foi a redução de 10% na factura de energia eléctrica. 

Uma decisão, que no seu entender, é claramente insuficiente e desrespeitosa para com os consumidores da Praia, que aguardam uma compensação justa para os prejuízos causados.

LT/HF

Inforpress/Fim

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